quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O dia do flamenguista

Não tem como deixar de lembrar o mais querido no seu dia. Minha maior paixão, meu amor verdadeiro. Flamengo, tu es tudo e não me pede nada. Nada como um maraca lotado, nada como ver você vencer. Es a única nação de verdade, que sente orgulho. Se todos brasileiros fossem como os flamenguistas o Brasil seria um país bem melhor. Excelente texto de Rica Perrone

“Cada brasileiro, vivo ou morto já foi Flamengo por um instante, por um dia.“, disse Nelson Rodrigues, fanático tricolor desprovido de vaidades clubisticas na hora de analisar futebol.

Hoje, 28 de outubro, é o dia do flamenguista. Hoje, 28 de outubro de 2010, é o dia seguinte a um jogo onde o Flamengo não brigava por nada no campeonato. Está fora de Libertadores, título, qualquer ambição grandiosa.

Hoje, como sempre, líder ou fora da briga, a capa dos jornais terá o tal do Flamengo.

Decidindo titulo ou não, lá estarão milhares de torcedores, em outro estado, fazendo com que o tal do Flamengo jogue em casa quando deveria atuar fora.

No outro domingo, onde todos jogam mais uma rodada, lá estará ele, de novo, jogando com 12, burlando o regulamento básico do futebol.

E se o time perder, não muda nada. Vão se revoltar, xingar, protestar e, daqui 3 meses, lá estarão eles fazendo juras de amor ao time num clássico qualquer pelo campeonato estadual, aquele que nem eles aguentam mais vencer.

O time mais inexplicável do planeta terra, sem dúvida.

Não ganhava o principal titulo nacional desde 1992. Lá se foram mais de 17 anos e a torcida diminui? Não, aumentou. Segundo pesquisa, a maior entre as crianças do país.

Quando ninguém dá nada pra eles, chegam e surpreendem a todos. Quando todos esperam muito, ele perde e decepciona sua nação.

Favorito em tudo que disputa, simplesmente pelo citado acima. Ninguém é capaz de saber o que esperar do Flamengo, nunca.

E quando eventualmente não tem um time capaz de ser campeão, a cobrança é como se tivesse. Ou seja, não existem jogadores no Flamengo. Existe o Flamengo e ponto final.

Única torcida do planeta que paga ingresso por 2 espetáculos. Um no campo, como todas elas, e outro que ela mesmo proporciona.

O flamenguista vai ao Maracanã pra curtir o time, o jogo, o clima e a própria torcida. É único.

Talvez uma das raras torcidas do mundo que tenha dezenas de ídolos, mas que não há discussão sobre o maior.

Existe o Zico e o resto. E o “resto” inclui, talvez, os dois melhores laterais que o mundo já viu em cores. Leandro e Junior.

A Nação rubro-negra não tem esse nome a toa. São 35 milhões de torcedores, e vejamos:

A cidade mais populosa do mundo é Tóquio. E tem 34 milhões de pessoas.

A maior do Brasil é são Paulo, com 19.

O Flamengo, sozinho, tem 35. Se cobrasse impostos seria trilhardário.

Não cobra, e vive devendo.

Deve milhões, e isso não faz a menor diferença.

Ao contrário do amor que tanto exaltamos, este não vai embora quando o amado fica pobre. É amor de verdade, o mais puro que existe.

Incondicional, este sim.

Aquele que não analisa, que não raciocina, que não condiciona a nada.

A nação poderia dizer, sem culpa: “Eu te amo, e pronto”.

Não interessa porque, como, quando e nem sob quais condições.

É maior, é inexplicável.

Ser Flamengo é algo que não tem comparação. Eu não nasci assim, e nem ouso dizer se felizmente ou infelizmente.

Flamenguista é aquele sujeito que ama futebol acima do que ele o proporciona. Aquele que não troca amor por resultados, e que não condiciona sua preferencia por um ou outro jogador.

Por aí existe o Santos de Pelé, o São Paulo de Rogério Ceni, o Palmeiras de Ademir.

Lá existe o Zico do Flamengo.

A ordem é sempre inversa. Os valores são sempre diferentes.

Ser flamenguista não torna ninguém melhor do que os outros, nem pior. Diferente, sem dúvida.

Ser maioria é algo que fortalece. É infinito, porque a nação não tem fim, e nem deixará de ser a maior torcida do país nos próximos 200 anos.

Odiar o Flamengo é absolutamente justificavel.

Qualquer um fica irritado em ganhar titulos e mais titulos e ver que a capa do jornal não muda de foto. É sempre a do Flamengo.

Qualquer um se incomoda em saber que titulos e dividas menores não conseguem sobrepor a importancia de um clube que tem sua grandeza baseada em nada atual e concreto.

É grande. Porque? Porque é.

Pode existir algo maior do que o que não se explica?

Entrar num Maracanã lotado e olhar pra aquela torcida é algo que apenas eles sabem o que é, o que significa e o quanto importa.

“Torcida não ganha jogo”, dizem.

“Só se for a sua”, eles dirão.

Hoje é dia do flamenguista.

Você não é Flamenguista?

Que pena.

por Rica Perrone, torcedo São-paulino


quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Um discurso histórico de Lula

Muito bom o post do biscoito fino e a massa. Presidente num discurso inflamado. Faço das palavras do biscoito as minhas.

"Na avalanche de informações e escândalos própria ao período pré-eleitoral, é comum que acontecimentos muito importantes deixem de receber a atenção devida. Basta dizer que na semana passada, o anúncio do IBGE, de que havíamos atingido a menor taxa de desemprego da história da República, recebeu no Jornal Nacional aproximadamente dez segundos, enquanto sete minutos eram dedicados a uma bolinha de papel.

Neste espírito, convido os leitores que ainda não viram a que assistam esse discurso improvisado do "presidente analfabeto". É um pronunciamento histórico. "



terça-feira, 19 de outubro de 2010

Mulher, não vá se afobar. Não tem que pôr a mesa, nem dá lugar

Eu até estava pensando em mudar de ideia e votar no Serra, mas um tal de Buarque me convenceu do contrario. hehehehehehe

Uma seleção brasileira da arte e do pensamento



Uma seleção brasileira da arte e do pensamento

FOTO: Roberto Stuckert Filho

18.10.2010

O Teatro Casa Grande, no Rio de Janeiro, não escapou de seu destino. Fundado em 1966, foi palco da resistência à ditadura militar protagonizada pela classe artística e intelectual brasileira. No 18 de outubro de 2010, os personagens voltaram ao palco para mais um ato: resistir ao retrocesso dos tucanos. Com Dilma Rousseff, mestres da literatura e da música, artistas e filósofos defenderam a dignidade reconquistada, a reconstrução do Estado e a soberania nacional.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Dez falsos motivos para não votar na Dilma

por Jorge Furtado em 25 de julho de 2010

Tenho alguns amigos que não pretendem votar na Dilma, um ou outro até diz que vai votar no Serra. Espero que sigam sendo meus amigos. Política, como ensina André Comte-Sponville, supõe conflitos: “A política nos reúne nos opondo: ela nos opõe sobre a melhor maneira de nos reunir”.

Leio diariamente o noticiário político e ainda não encontrei bons argumentos para votar no Serra, uma candidatura que cada vez mais assume seu caráter conservador. Serra representa o grupo político que governou o Brasil antes do Lula, com desempenho, sob qualquer critério, muito inferior ao do governo petista, a comparação chega a ser enfadonha, vai lá para o pé da página, quem quiser que leia. (1)

Ouvi alguns argumentos razoáveis para votar em Marina, como incluir a sustentabilidade na agenda do desenvolvimento. Marina foi ministra do Lula por sete anos e parece ser uma boa pessoa, uma batalhadora das causas ambientalistas. Tem, no entanto (na minha opinião) o inconveniente de fazer parte de uma igreja bastante rígida, o que me faz temer sobre a capacidade que teria um eventual governo comandado por ela de avançar em questões fundamentais como os direitos dos homossexuais, a descriminalização do aborto ou as pesquisas envolvendo as células tronco.

Ouço e leio alguns argumentos para não votar em Dilma, argumentos que me parecem inconsistentes, distorcidos, precários ou simplesmente falsos. Passo a analisar os dez mais freqüentes.

1. “Alternância no poder é bom”.

Falso. O sentido da democracia não é a alternância no poder e sim a escolha, pela maioria, da melhor proposta de governo, levando-se em conta o conhecimento que o eleitor tem dos candidatos e seus grupo políticos, o que dizem pretender fazer e, principalmente, o que fizeram quando exerceram o poder. Ninguém pode defender seriamente a idéia de que seria boa a alternância entre a recessão e o desenvolvimento, entre o desemprego e a geração de empregos, entre o arrocho salarial e o aumento do poder aquisitivo da população, entre a distribuição e a concentração da riqueza. Se a alternância no poder fosse um valor em si não precisaria haver eleição e muito menos deveria haver a possibilidade de reeleição.

2. “Não há mais diferença entre direita e esquerda”.

Falso. Esquerda e direita são posições relativas, não absolutas. A esquerda é, desde a sua origem, a posição política que tem por objetivo a diminuição das desigualdades sociais, a distribuição da riqueza, a inserção social dos desfavorecidos. As conquistas necessárias para se atingir estes objetivos mudam com o tempo. Hoje, ser de esquerda significa defender o fortalecimento do estado como garantidor do bem-estar social, regulador do mercado, promotor do desenvolvimento e da distribuição de riqueza, tudo isso numa sociedade democrática com plena liberdade de expressão e ampla defesa das minorias. O complexo (e confuso) sistema político brasileiro exige que os vários partidos se reúnam em coligações que lhes garantam maioria parlamentar, sem a qual o país se torna ingovernável. A candidatura de Dilma tem o apoio de políticos que jamais poderiam ser chamados de “esquerdistas”, como Sarney, Collor ou Renan Calheiros, lideranças regionais que se abrigam principalmente no PMDB, partido de espectro ideológico muito amplo. José Serra tem o apoio majoritário da direita e da extrema-direita reunida no DEM (2), da “direita” do PMDB, além do PTB, PPS e outros pequenos partidos de direita: Roberto Jefferson, Jorge Bornhausen, ACM Netto, Orestes Quércia, Heráclito Fortes, Roberto Freire, Demóstenes Torres, Álvaro Dias, Arthur Virgílio, Agripino Maia, Joaquim Roriz, Marconi Pirilo, Ronaldo Caiado, Katia Abreu, André Pucinelli, são todos de direita e todos serristas, isso para não falar no folclórico Índio da Costa, vice de Serra. Comparado com Agripino Maia ou Jorge Bornhausen, José Sarney é Che Guevara.

3. “Dilma não é simpática”.

Argumento precário e totalmente subjetivo. Precário porque a simpatia não é, ou não deveria ser, um atributo fundamental para o bom governante. Subjetivo, porque o quesito “simpatia” depende totalmente do gosto do freguês. Na minha opinião, por exemplo, é difícil encontrar alguém na vida pública que seja mais antipático que José Serra, embora ele talvez tenha sido um bom governante de seu estado. Sua arrogância com quem lhe faz críticas, seu destempero e prepotência com jornalistas, especialmente com as mulheres, chega a ser revoltante.

4. “Dilma não tem experiência”.

Argumento inconsistente. Dilma foi secretária de estado, foi ministra de Minas e Energia e da Casa Civil, fez parte do conselho da Petrobras, gerenciou com eficiência os gigantescos investimentos do PAC, dos programas de habitação popular e eletrificação rural. Dilma tem muito mais experiência administrativa, por exemplo, do que tinha o Lula, que só tinha sido parlamentar, nunca tinha administrado um orçamento, e está fazendo um bom governo.

5. “Dilma foi terrorista”.

Argumento em parte falso, em parte distorcido. Falso, porque não há qualquer prova de que Dilma tenha tomado parte de ações “terroristas”. Distorcido, porque é fato que Dilma fez parte de grupos de resistência à ditadura militar, do que deve se orgulhar, e que este grupo praticou ações armadas, o que pode (ou não) ser condenável. José Serra também fez parte de um grupo de resistência à ditadura, a AP (Ação Popular), que também praticou ações armadas, das quais Serra não tomou parte. Muitos jovens que participaram de grupos de resistência à ditadura hoje participam da vida democrática como candidatos. Alguns, como Fernando Gabeira, participaram ativamente de seqüestros, assaltos a banco e ações armadas. A luta daqueles jovens, mesmo que por meios discutíveis, ajudou a restabelecer a democracia no país e deveria ser motivo de orgulho, não de vergonha.

6. “As coisas boas do governo petista começaram no governo tucano”.

Falso. Todo governo herda políticas e programas do governo anterior, políticas que pode manter, transformar, ampliar, reduzir ou encerrar. O governo FHC herdou do governo Itamar o real, o programa dos genéricos, o FAT, o programa de combate a AIDS. Teve o mérito de manter e aperfeiçoá-los, desenvolvê-los, ampliá-los. O governo Lula herdou do governo FHC, por exemplo, vários programas de assistência social. Teve o mérito de unificá-los e ampliá-los, criando o Bolsa Família. De qualquer maneira, os resultados do governo Lula são tão superiores aos do governo FHC que o debate “quem começou o quê” torna-se irrelevante.

7. “Serra vai moralizar a política”.

Argumento inconsistente. Nos oito anos de governo tucano-pefelista - no qual José Serra ocupou papel de destaque, sendo escolhido para suceder FHC - foram inúmeros os casos de corrupção, um deles no próprio Ministério da Saúde, comandado por Serra, o superfaturamento de ambulâncias investigado pela “Operação Sanguessuga”. Se considerarmos o volume de dinheiro público desviado para destinos nebulosos e paraísos fiscais nas privatizações e o auxílio luxuoso aos banqueiros falidos, o governo tucano talvez tenha sido o mais corrupto da história do país. Ao contrário do que aconteceu no governo Lula, a corrupção no governo FHC não foi investigada por nenhuma CPI, todas sepultadas pela maioria parlamentar da coligação PSDB-PFL. O procurador da república ficou conhecido com “engavetador da república”, tal a quantidade de investigações criminais que morreram em suas mãos. O esquema de financiamento eleitoral batizado de “mensalão” foi criado pelo presidente nacional do PSDB, senador Eduardo Azeredo, hoje réu em processo criminal. O governador José Roberto Arruda, do DEM, era o principal candidato ao posto de vice-presidente na chapa de Serra, até ser preso por corrupção no “mensalão do DEM”. Roberto Jefferson, réu confesso do mensalão petista, hoje apóia José Serra. Todos estes fatos, incontestáveis, não indicam que um eventual governo Serra poderia ser mais eficiente no combate à corrupção do que seria um governo Dilma, ao contrário.

8. “O PT apóia as FARC”.

Argumento falso. É fato que, no passado, as FARC ensaiaram uma tentativa de institucionalização e buscaram aproximação com o PT, então na oposição, e também com o governo brasileiro, através de contatos com o líder do governo tucano, Arthur Virgílio. Estes contatos foram rompidos com a radicalização da guerrilha na Colômbia e nunca foram retomados, a não ser nos delírios da imprensa de extrema-direita. A relação entre o governo brasileiro e os governos estabelecidos de vários países deve estar acima de divergências ideológicas, num princípio básico da diplomacia, o da auto-determinação dos povos. Não há notícias, por exemplo, de capitalistas brasileiros que defendam o rompimento das relações com a China, um dos nossos maiores parceiros comerciais, por se tratar de uma ditadura. Ou alguém acha que a China é um país democrático?

9. “O PT censura a imprensa”.

Argumento falso. Em seus oito anos de governo o presidente Lula enfrentou a oposição feroz e constante dos principais veículos da antiga imprensa. Esta oposição foi explicitada pela presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ) que declarou que seus filiados assumiram “a posição oposicionista (sic) deste país”. Não há registro de um único caso de censura à imprensa por parte do governo Lula. O que há, frequentemente, é a queixa dos órgãos de imprensa sobre tentativas da sociedade e do governo, a exemplo do que acontece em todos os países democráticos do mundo, de regulamentar a atividade da mídia.


10. “Os jornais, a televisão e as revistas falam muito mal da Dilma e muito bem do Serra”.

Isso é verdade. E mais um bom motivo para votar nela e não nele.

x


(1) Alguns dados comparativos dos governos FHC e Lula.

Geração de empregos:
FHC/Serra = 780 mil x Lula/Dilma = 12 milhões

Salário mínimo:
FHC/Serra = 64 dólares x Lula/Dilma = 290 dólares

Mobilidade social (brasileiros que deixaram a linha da pobreza):
FHC/Serra = 2 milhões x Lula/Dilma = 27 milhões

Risco Brasil:
FHC/Serra = 2.700 pontos x Lula/Dilma = 200 pontos

Dólar:
FHC/Serra = R$ 3,00 x Lula/Dilma = R$ 1,78

Reservas cambiais:
FHC/Serra = menos 185 bilhões de dólares x Lula/Dilma = mais 239 bilhões de dólares

Relação crédito/PIB:
FHC/Serra = 14% x Lula/Dilma = 34%

Inflação:
FHC/Serra =12,5% (2002) x Lula/Dilma = 4,7% (2009)

Produção de automóveis:
FHC/Serra = queda de 20% x Lula/Dilma = aumento de 30%

Taxa de juros:
FHC/Serra = 27% x Lula/Dilma = 10,75%


(2) Elio Gaspari, na Folha de S.Paulo de 25.07.10:

José Serra começou sua campanha dizendo: "Não aceito o raciocínio do nós contra eles", e em apenas dois meses viu-se lançado pelo seu colega de chapa numa discussão em torno das ligações do PT com as Farc e o narcotráfico. Caso típico de rabo que abanou o cachorro. O destempero de Indio da Costa tem método. Se Tupã ajudar Serra a vencer a eleição, o DEM volta ao poder. Se prejudicar, ajudando Dilma Rousseff, o PSDB sairá da campanha com a identidade estilhaçada. Já o DEM, que entrou na disputa com o cocar do seu mensalão, sairá brandindo o tacape do conservadorismo feroz que renasceu em diversos países, sobretudo nos Estados Unidos.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

"Cansei...Basta"! Vou votar no Serra"

Cansei de ir ao supermercado e encontrá-lo cheio. O alimento está barato
demais. O salário dos pobres aumentou e qualquer um agora se mete a comprar
carne, queijo, presunto, hambúrguer e iogurte.

Cansei dos bares e restaurantes lotados nos fins de semana. Se sobra algum,
a gentalha toda vai para a noite. Cansei dessa demagogia.
Cansei de ir em Shopping e ver a pobreza comprando e desfilando com seus
celulares.
O governo reduziu os impostos para os computadores. A Internet virou coisa
de qualquer um. Pode? Até o filho da manicure, pedreiro, catador de papel,
agora navega...
Cansei dos estacionamentos sem vaga. Com essa coisa de juro a juro baixo,
todo mundo tem carro, até a minha empregada. " É uma vergonha! ", como
dizia o Boris Casoy. Com o Serra os congestionamentos vão acabar porque,
como em S.Paulo, vai instalar postos de pedágio nas estradas brasileiras a
cada 35
km e cobrar caro.
Cansei da moda banalizada. Agora, qualquer um pode botar uma confecção. Tem
até crédito oferecido pelo governo. O que era exclusivo da Oscar Freire,
agora, se vende até no camelô da 25 de Março e no Braz.
Vergonha, vergonha, vergonha...
Cansei de ir a banco e ver aquela fila de idosos no Caixa Preferencial,
todos trabalhando de office-boys.
Cansei dessa coisa de biodiesel, de agricultura familiar. O caseiro do meu
sítio agora virou "empreendedor" no Nordeste. Pode?
Cansei dessa coisa assistencialista de Bolsa Família. Esse dinheiro poderia
ser utilizado para abater a dívida dos empresários de comunicação (Globo,
SBT, Band, RedeTV, CNT, Fôlha SP, Estadão, etc.). A coitada da "Veja"
passando dificuldade e esse governo alimentando gabiru em Pernambuco. É o
fim do mundo.
Cansei dessa história de PROUNI, que botou esses tipinhos, sem berço, na
universidade. Até índio, agora, vira médico e advogado. É um desrespeito...
Meus filhos, que foram bem criados, precisam conviver e competir com essa
raça.
Cansei dessa história de Luz para Todos. Os capiaus, agora, vão assistir TV
até tarde. E, lógico, vão acordar ao meio-dia. Quem vai cuidar da lavoura
do Brasil? Diga aí, seu Lula...
Cansei dessa história de facilitar a construção e a compra da casa própria.
E os coitados que vivem de cobrar aluguéis? O que será deles? Cansei dessa
palhaçada da desvalorização do dólar. Agora, qualquer um tem MP3, celular e
câmera digital. Qualquer umazinha, aqui do prédio, vai passar férias no
Exterior. É o fim...
Vou votar no Serra. Cansei, vou votar no Serra, porque quero de volta as
emoções fortes do governo de FHC, quero investir no dólar em disparada e
aproveitar a inflação. Investir em ações de Estatais quase de graça e
vender com altos lucros. Chega dessa baboseira politicamente correta, dessa
hipocrisia de cooperação. O motor da vida é a disputa, o risco... Quem
pode, pode, quem não pode, se fode. Tenho culpa se meu pai era mais esperto que
os outros para ganhar dinheiro comprando ações de Estatais quase de graça?
Eles que vão trabalhar, vagabundos, porque no capitalismo vence quem tem
mais competência. É o único jeito de organizar a sociedade, de mostrar quem
é superior e quem é inferior.
Quero os 500 anos de oligarquia autoritária, corrupta e escravizante de
volta. Quero também os Arminios Fragas & outros pulhas, que transformaram a
Vale e a Embratel em meros ativos para vender a preço de banana para os
"amigos do rei". Quero de volta a quadrilha do FHC, escondendo escândalos,
maracutaias e compra de votos no Congresso. Onde já se viu: nesta terra sem
lei chamada Brasil, só a direita corrupta tem o direito de roubar, o resto
tem que trabalhar duro, com salário de fome para que os tubarões,
empresários e banqueiros, comprarem seus jatinhos e iates além de mandarem
dinheiro para paraísos fiscais. Quero o Serra & quadrilha fazendo pelo país o
que fez com os funcionários públicos, professores, médicos e policiais do
estado de São Paulo passarem 14 anos a míngua. Tem que arrebentar essa
pobralhada.
Eu ia anular, mas cansei. Basta! Vou votar no Serra. Quero ver essa
gentalha no lugar que lhe é devido. Quero minha felicidade de volta!



E você, vota em quem???

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Marina, você se pintou?

“Marina, morena Marina, você se pintou” – diz a canção de Caymmi. Mas é provável, Marina, que pintaram você. Era a candidata ideal: mulher, militante, ecológica e socialmente comprometida com o “grito da Terra e o grito dos pobres”, como diz Leonardo.

Dizem que escolheu o partido errado. Pode ser. Mas, por outro lado, o que é certo neste confuso tempo de partidos gelatinosos, de alianças surreais e de pragmatismo hiperbólico? Quem pode atirar a primeira pedra no que diz respeito a escolhas partidárias?

Mas ainda assim, Marina, sua candidatura estava fadada a não decolar. Não pela causa que defende, não pela grandeza de sua figura. Mas pelo fato de que as verdadeiras causas que afetam a população do Brasil não interessam aos financiadores de campanha, às elites e aos seus meios de comunicação. A batalha não era para ser sua. Era de Dilma contra Serra. Do governo Lula contra o governo do PSDB/DEM. Assim decidiram as “famiglias” que controlam a informação no país. E elas não só decidiram quem iria duelar, mas também quiseram definir o vencedor. O Estadão dixit: Serra deve ser eleito.

Mas a estratégia de reconduzir ao poder a velha aliança PSDB/DEM estava fazendo água. O povo insistia em confirmar não a sua preferência por Dilma, mas seu apreço pelo Lula. O que, é claro, se revertia em intenção de voto em sua candidata. Mas “os filhos das trevas são mais espertos do que os filhos da luz”. Sacaram da manga um ás escondido. Usar a Marina como trampolim para levar o tucano para o segundo turno e ganhar tempo para a guerra suja.

Marina, você, cujo coração é vermelho e verde, foi pintada de azul. “Azul tucano”. Deram-lhe o espaço que sua causa nunca teve, que sua luta junto aos seringueiros e contra as elites rurais jamais alcançaria nos grandes meios de comunicação. A Globo nunca esteve ao seu lado. A Veja, a FSP, o Estadão jamais se preocuparam com a ecologia profunda. Eles sempre foram, e ainda são, seus e nossos inimigos viscerais.

Mas a estratégia deu certo. Serra foi para o segundo turno, e a mídia não cansa de propagar a “vitória da Marina”. Não aceite esse presente de grego. Hão de descartá-la assim que você falar qual é exatamente a sua luta e contra quem ela se dirige.

“Marina, você faça tudo, mas faça o favor”: não deixe que a pintem de azul tucano. Sua história não permite isso. E não deixe que seus eleitores se iludam acreditando que você está mais perto de Serra do que de Dilma. Que não pensem que sua luta pode torná-la neutra ou que pensem que para você “tanto faz”. Que os percalços e dificuldades que você teve no Governo Lula não a façam esquecer os 8 anos de FHC e os 500 anos de domínio absoluto da Casagrande no país cuja maioria vive na senzala. Não deixe que pintem “esse rosto que o povo gosta, que gosta e é só dele”.

Dilma, admitamos, não é a candidata de nossos sonhos. Mas Serra o é de nossos mais terríveis pesadelos. Ajude-nos a enfrentá-lo. Você não precisa dos paparicos da elite brasileira e de seus meios de comunicação. “Marina, você já é bonita com o que Deus lhe deu”.

Maurício Abdalla é Professor de filosofia da UFES, autor de Iara e a Arca da Filosofia (Mercuryo Jovem), dentre outros.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

A diferença entre um piloto de F1 e um merda.

Depois do vexame que o Massa nos proporcionol no ultimo final de semana, só nos resta lembrar do maior ídolo que esse país já teve. Ayrton Senna. Tirado do Voando Baixo

Senna, Berger e o jogo de equipe


Senna e Berger nos boxes da McLaren.

Após o vexame da Ferrari no último domingo, quando a equipe mandou Felipe Massa ceder a vitória para Fernando Alonso, muito foi falado sobre a existência do jogo de equipe na Fórmula 1. Nos comentários do blog e no Twitter, recebi alguns questionamentos sobre a situação entre Ayrton Senna e Gerhard Berger, que correram juntos na McLaren entre 1990 e 1992. Para não ser traído pela memória, já que tudo aconteceu há quase 20 anos, fui pesquisar as corridas de ambos neste período. A relação entre os dois pilotos era muito diferente da existente na Ferrari de Michael Schumacher e na atual gestão do time italiano.

Antes de mais nada, vamos aos números. Os dois pilotos disputaram 48 GPs juntos pela McLaren em três temporadas. E em nenhuma vez em todas estas corridas, Berger teve de abrir caminho para o brasileiro; muito pelo contrário: foi o brasileiro quem cedeu a vitória no GP do Japão de 1991, a pedido de Ron Dennis, então chefe da equipe inglesa, já que o austríaco ainda não tinha vencido pelo time e como forma de gratidão pela ajuda no trabalho durante todo o ano. A prova em Suzuka marcou a conquista do tricampeonato de Senna.

Senna e Berger na chegada do GP do Japão de 1991Aliás, esta corrida em Suzuka marca o único registro de jogo de equipe desta época na McLaren. Senna disputava o título contra Nigel Mansell, da Williams, e Berger marcou a pole position da corrida. O brasileiro saía em segundo e o inglês, em terceiro. Os dois combinaram, então, que o austríaco se manteria à frente no início e tentaria abrir vantagem para garantir pontos para a McLaren no Mundial de Construtores. Senna enfrentaria Mansell diretamente: “Eu sei como enfrentá-lo”, disse na época. Não deu outra: o brasileiro enervou o “Leão”, que, na 10ª volta, saiu da pista na primeira curva, atolou na caixa de brita e teve de abandonar a corrida.

Já com o título nas mãos, Senna foi à caça de Berger e o ultrapassou. O brasileiro abriu uma grande vantagem, que caía gradativamente nas últimas voltas. Após uma longa conversa pelo rádio, em que Ron Dennis tentava convencer o tricampeão, ele acabou cedendo a vitória para o austríaco a 50 metros da linha de chegada, como forma de agradecer pelo trabalho prestado. O gesto acabou incomodando Senna, que gostaria de vencer a corrida de seu terceiro título e também Berger, que ficou muito constrangido com a “homenagem” orquestrada pela McLaren.

Em seu livro “Na reta de chegada”, que comprei há alguns anos, Berger contaria os bastidores deste episódio. Segundo o austríaco, seu carro teve problemas de escapamento na segunda metade da corrida e ele teve de diminuir o ritmo. Ele já estava conformado com a segunda posição, quando Senna tirou o pé próximo da bandeirada e não lhe deu tempo de reação. No início, achava que o brasileiro tinha ficado sem combustível, mas depois descobriu a essência do “grande gesto” do tricampeão no fim da corrida em Suzuka.

- Seu comportamento comigo só me deixou magoado uma vez naquela temporada, quando ele me entregou a vitória no Japão. Foi um gesto desnecessário. Se realmente ele quisesse fazer algo significativo para mim, depois de um ano sem brilho, ele teria feito dez voltas antes: daríamos um belo espetáculo e, no final, eu ganharia. Mas o modo que ele fez mostrou ao mundo inteiro quem mandava. O que ficou foi seu brilhante show de força e sincera generosidade. Nunca trocamos uma palavra sobre o acontecimento. Eu não agradeci e ele não explicou quais foram suas razões para ter feito o que fez. Apesar de tudo, nossa amizade não foi prejudicada – disse Berger, em um dos melhores capítulos de sua autobiografia.

Senna e Berger no GP da Alemanha de 1991

Clique aqui e assista ao vídeo da última volta do GP do Japão de 1991

Ao contrário do que possa parecer hoje, a posição de segundo piloto da McLaren não foi imposta a Berger. O austríaco garante que nenhuma cláusula deste tipo estava colocada em seu contrato. Piloto rápido e acostumado a derrotar seus companheiros em outras equipes, ele encontraria uma barreira quase que intransponível no time inglês. Em entrevista à rede de TV inglesa BBC, em 2004, dez anos após a morte do brasileiro, foi bastante sincero e contou um pouco dos bastidores destes três anos.

- Senna errava muito pouco. Eu tentei estudá-lo para ver onde podia ganhar, mas ele era muito completo, quase não havia chance para superá-lo. Ele conseguia extrair o máximo de qualquer carro. Em toda minha carreira, sempre senti que podia superar qualquer companheiro de equipe. Não diria que era fácil, mas era possível. Por isso é que não achei que teria problemas ao ir para a McLaren e enfrentar Ayrton. Porque pensei que seria mais um. Mas, após duas ou três corridas, percebi que ele era especial, era o melhor. Schumacher talvez seja tão bom quanto ele no lado esportivo, mas Senna estava em outro nível porque tinha uma personalidade superior. Era a combinação da pessoa com o atleta que fazia dele alguém tão diferente.

Berger segue Senna em 1990Após três anos frustrantes, sendo sempre batido pelo companheiro de equipe, Berger resolveu voltar à Ferrari em 1993. Apesar disso, a amizade com Senna permaneceria inabalada até a morte do brasileiro, em 1994. Conhecido na Fórmula 1 por sua descontração, o austríaco também era vizinho do tricampeão em Mônaco. Segundo o austríaco, o brasileiro tirava a “máscara” de seriedade longe da imprensa e se revelava um brincalhão.

- Ele passava a imagem de um cara extremamente dedicado e sério. Dedicado era, mas, na intimidade, era muito descontraído e a fazia a gente rir bastante. A gente se divertia muito.

Voltando ao presente, as atitudes da Ferrari em termos de jogo de equipe não têm precedentes. A equipe usa esta tática há muitos anos, mas desde a época de Michael Schumacher no time as trocas de posições são descaradas. O constrangimento foi tanto que a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) teve de se meter e criar uma regra para proibir este tipo de coisa na categoria. Para quem não conhecia a história, o heptacampeão foi o piloto que mais se aproveitou deste tipo de atitude na Fórmula 1. E a equipe italiana parece querer ver este filme novamente, desta vez com Fernando Alonso de protagonista.

Para quem não conhecia, esta é a história da McLaren de Ayrton Senna e Gerhard Berger. E não se enganem: mesmo quando o brasileiro chegou na equipe, em 1988, para correr ao lado de Alain Prost, não existia jogo de equipe. O tricampeão era tão egoísta – característica comum à maioria dos donos de título na Fórmula 1 – que não aceitaria qualquer privilégio ao “Professor”. Em caso de qualquer suspeita, Senna reclamava, como aconteceu na segunda metade daquele ano. A F-1 vivia outros tempos: a esportividade não era suplantada pelos caprichos de um piloto. Exemplo que deveria ser usado novamente nos dias de hoje pela categoria.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

BALA PERDIDA MATOU MENOR EM ÁREA SEM POLICIAMENTO!

Excelente texto do Cesar Maia sobre o menino de 11 anos que morreu na escola atingido por uma bala perdida. Como politico ele da um bom escritor.

1. Que diferença entre a ocupação pelas UPPs na Zona Sul do Rio, sem trocar um tiro, e a ocupação do Morro da Pedreira em Barros Filho, na Zona Norte, na sexta-feira, com uma operação bélica, tipo tropa de assalto. Este Ex-Blog já havia feito uma nota sobre a região que a secretaria de segurança chama de AISP 9 (área integrada de segurança 9) (bairros de abrangência: Colégio, Irajá, Vicente de Carvalho, Vila Cosmos, Vila da Penha, Vista Alegre, Campinho, Cascadura, Praça Seca, Quintino, Cavalcanti, Engenheiro Leal, Madureira, Turiaçu, Vaz Lobo, Bento Ribeiro, Marechal Hermes, Oswaldo Cruz, Acari, Barros Filho, Costa Barros, Parque Columbia, Pavuna, Coelho Neto, Honório Gurgel e Rocha Miranda), mostrando o vazio policial.

2. Consultando o site do ISP (Instituto de Segurança da Secretaria Estadual de Segurança), vê-se que a AISP 9 tem 854 mil moradores e apenas um (1) Batalhão da Polícia Militar (lotação de 400 homens). Na AISP 9, em 2009, ocorreram 515 homicídios, mais que no último ano do governo anterior, quando ocorreram 480 homicídios.

3. Em toda a Zona Sul do Rio são 597 mil moradores, segundo o site do ISP. Em 2009 ocorreram 56 homicídios em toda a região, menos que em 2006, quando ocorreram 77 homicídios. Em 2009, praticamente 10% dos homicídios da AISP 9. Na Zona Sul foram implantadas algumas UPPs nas menores favelas.

4. Já são 4 UPPs, o que é muito bom para a região. Essas 4 UPPs alcançam 20 mil moradores. Cada UPP tem um efetivo de pelo menos 150 policiais militares, num total de 600 (um pouco mais, pois no morro do Pavãozinho são mais). Ou seja, 50% mais que em toda AISP 9. Sem falar em suas favelas que não tem um só policial, quanto mais uma UPP.

5. Exonerar comandante, falar da presença ostensiva de traficantes, etc., é repetir a mesma ladainha de tantos anos. O que a AISP 9 precisa mesmo é de pelo menos mais 2 batalhões da Polícia Militar, passando de 400 para 1.200 homens. Afinal, a Zona Sul para uma população com menos 257 mil moradores tem três (3) batalhões da Polícia Militar.

sábado, 17 de julho de 2010

Panda filha da @#$&*

Quem disse que todo Panda é bonitinho? Foda o video. Do Churrasco Grego.


quarta-feira, 14 de julho de 2010

Candidato honesto não teria motivo para esconder financiador de campanha

Achei bem válida a proposta do Milton Nogueira . Chega desse esconde esconde no Estado.

Políticos deveriam usar na lapela, no primeiro mês de mandato, a logomarca dos financiadores de sua campanha. Se button é lindo no peito de atletas, por que não o seria também nos paletós de vereadores, deputados, senadores, prefeitos, governadores e até mesmo do presidente?

Há décadas o Brasil discute financiamento de campanha eleitoral, sempre em busca de motivos ocultos, suspeitas, revelações tardias, num convoluto trabalho de detetive para saber quem financiou certo candidato. Entre os suspeitos usuais estão construtoras, igrejas, times de futebol, multinacionais, ruralistas, agentes estrangeiros e donos de TVs.

Se o político usasse a logomarca de todas as empresas ou entidades que financiaram sua campanha, saberíamos, desde o primeiro dia do mandato, quem ele representa, sem segredo, sem suspeita, às claras. Muitos políticos teriam satisfação em dizer ao mundo quem eles defendem; por exemplo, evangélicos e ruralistas não escondem sua predileção por projetos que favoreçam seus fiéis clientes ou currais (desculpas!). Eles pensam como os pilotos de Fórmula 1, que orgulhosamente mostram no ombro, peito, testa e braços as empresas que fizeram possível a corrida. Por que não fazer de forma idêntica com políticos?

Uns dirão que não seria ético. Por quê não seria? Aético seria, isto sim, não abrir ao público a ficha que já estaria no site do Tribunal Superior Eleitoral, embora oculto e que ninguém lê. Outros dirão que seria embaraçoso e degradante, mas não seria ainda pior descobrir-se mais tarde que tal político recebera dinheiro sujo de certa empresa?

Político honesto não tem por que omitir o financiador de sua campanha, pois a lei eleitoral permite às empresas e entidades apoiar legalmente os partidos e candidatos preferido. Logomarca deveria estar na lapela, uma forma transparente, aberta e visual para todo político.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Eleições 2010: Oposição deve jogar "GO" e nunca "Xadrez"!

Bom texto esse do Cezar Maia sobre as eleições. Ele faz uma analogia excelente com dois jogos de tabuleiro e as eleições. Xadrez e o GO. Vale a leitura.


1. O jogo de Xadrez, da forma que o conhecemos, nasceu na segunda metade do século XV e coincide com o Renascimento e Maquiavel. É um jogo ocidental que parte da ideia da guerra como um confronto entre dois exércitos, cara a cara. Ali estão a infantaria, a cavalaria, a artilharia, a Igreja, e o Rei e a Rainha. O jogo começa com o tabuleiro completo, com todas as peças. E termina com o tabuleiro vazio, com poucas peças e um rei cercado, sem movimento.

2. O jogo de GO originou-se na China no século VI antes de Cristo. É o inverso do Xadrez. O tabuleiro é semelhante ao do Xadrez, mas com mais casas. O jogo começa com o tabuleiro vazio e os exércitos estão fora do mesmo. As pequenas peças são redondas e iguais, e vão sendo colocadas uma a uma no vértice dos quadrados (casas). Quando peças coladas cercam peças do adversário, é como se um batalhão ou milícia ou guerrilha, tivesse eliminado o outro.

3. Num processo eleitoral, quem governa, quer jogar Xadrez. Quer confrontar o "exército" adversário com o seu. Com regras definidas. E joga com as brancas, ou seja, tem a iniciativa. Provoca com seus peões, abre espaços para ataques com as outras peças. Quer que o adversário venha a campo aberto e confronte. Isso independe se o governo é mais ou menos forte. Tendo a máquina, quer o confronto. Algumas vezes, quando se sente muito poderoso, se posiciona e provoca o adversário para que este venha a seu campo e o confronte.

4. A oposição deve sempre escolher jogar o GO. Era o jogo preferido do general Sun Tzu (Arte da Guerra, 500 anos a.C.). O governo quer guerra de posição. A oposição deve preferir a guerra de movimento. Pode ensinar muito as oposições nos Estados e no Brasil, em 2010. Um princípio de Sun Tzu: "vencer primeiro e lutar depois". Ou seja, a eleição se ganha na estratégia e no conhecimento profundo de si e de seu adversário. Conhecimento permanente e dinâmico, e com infiltrações e contra-informação.

5. Não movimente seu exército. Movimente grupos menores. De preferência milícias ou guerrilhas políticas. Nunca faça ataques diretos. Prefira os indiretos. Faça ruído para o governo pensar que você vai atacar onde não vai. No nível nacional e estadual (em oposição), a oposição deve jogar GO em suas campanhas. Nunca Xadrez. Na eleição de Presidente, isso é decisivo.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Psicografia de um jogador suicida!

Psicografia de um jogador suicida! Por snoopdogrio
Posted on maio 18, 2010 by flamengohd


Meu nome é Adriano Leite Ribeiro, vulgo Imperador. Tenho sido alvo dos jornais sensacionalistas e de torcedores que não gostam muito do meu time de coração, o Flamengo. Passei por alguns problemas na vida pessoal, mas há menos de seis meses ajudei meu clube a conquistar o Hexacampeonato Brasileiro. Por mais que muitos falem, nunca deixei a desejar e no melhor jogo do flamengo este ano, na virada contra o Fluminense, me entreguei por completo. Mas, sou Adriano, Imperador, e nem sempre um império sobrevive sem que rebeliões e a própria imprensa tente desestabilizá-lo. Uma queimadura é porque eu me queimei de propósito, uma briga com a namorada é motivo para dizeram que eu fazia confusão na comunidade que frequento e estar sem jogar é porque estou me drogando.

Bem, Ronaldo foi absurdamente maltratado, apesar de não ser muito querido pela torcida do meu time, e tantas vezes provou que era capaz de passar por cima de tudo. Dar a volta por cima, esse é o lema de jogadores como eu, Ronaldo e alguns outros poucos. Hoje não estou falando do amor pelo meu time e nem do que sinto por não ter sido convocado. Hoje estou falando das circunstãncias da minha não convocação, ao ser descriminado e crucificado pela imprensa e o povo brasileiro, salvo os Rubro-Negros, que, na sua grande maioria, estiveram sempre ao meu lado. Eu não fui para a Copa do Mundo porque a imprensa não quis. Outros jogadores são reservas em seus clubes, mas a imprensa tinha que expor apenas os problemas pessoais do Imperador. Problemas pessoais se transformaram em profissionais e agora minha Copa é a Libertadores.

Hoje me deparo com uma matéria na capa da revista So Foot, dizendo que sou o makior suicida depois de Garrincha. Bem, vou ficar triste com isso? Não, na verdade eu vou é calar a boca de todo mundo. Quero essa Copa e ela será minha, nossa, de todos deste elenco. E digo mais, o elenco está fechado comigo e vamos mostrar nesta quinta-feira como é que um time de futebol se comporta quando tem um suicida alucinado no ataque.

Eu sou Adriano Leite Ribeiro e quinta-feira não tenho mais nada a perder!

Psicografado pelo médium “Snoopdogrio”, do espírito do suicida Adriano Leite Ribeiro.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Ficha Limpa

Deputados cariocas que são contra o projeto:

Rio de Janeiro

Alexandre Santos (PMDB)
Dr. Paulo César (PR)
Eduardo Cunha (PMDB) - autor do destaque
Leonardo Picciani (PMDB)
Nelson Bornier (PMDB)
Solange Almeida (PMDB)


Figuras conhecidas de outros carnavais, neh?

domingo, 11 de abril de 2010

Rio de Janeiro essa semana

Um brinde a copa e as olimpiadas.





































sexta-feira, 26 de março de 2010

Meia Hora

http://www.oesquema.com.br/trabalhosujo/wp-content/uploads/2010/03/meia-hora-beatles.png

quarta-feira, 17 de março de 2010

Feliz dias internacional da mulher atrasado.

Tô meio que relaxado com o blog, mas vou voltar a ativa. Ainda mais que descobrir que tem gente me seguindo.... hehehehehehehehe. Achei esse texto no blog do

Leila Diniz

O Dia Internacional da Mulher, para mim, é dia de lembrar Leila Diniz. Não aquela mulher desbocada que, nos primeiros tempos da pílula anticoncepcional, lançou-se como uma espécie de cobaia da revolução sexual. Mas a moça da risada escandalosa, talvez ingênua sem ser boba, pronta a ajudar quem dela necessitasse, mesmo que a necessidade não passasse de uma cretinice. Como foi o meu caso.

Fui procurar Leila, numa noite, acho que em 1969 e depois da famosa entrevista do “Pasquim”, em que ela, entre palavrões, fez a apologia da liberdade, inclusive a sexual. Era para uma pauta da revista “Fatos&Fotos”, da qual eu era repórter. Ela estava trabalhando num espetáculo no Teatro Jovem, uma pequena casa de espetáculos em Botafogo, famosa então por lendários shows de choro e samba.

Esperei o espetáculo terminar e me dirigi aos camarins, como quem vai para o cadafalso. Eu tinha 20 anos, nem dois de profissão. Leila, a estrela da TV e do cinema, não passava de 24 anos. Minha missão era convencê-la e me dar uma entrevista que seria a base de uma matéria, cujo título não precisa de explicação para o malparado: “Leila Diniz – receita para apanhar homem”.

O resultado da empreitada está descrito na excelente biografia de Leila, da autoria der um velho amigo e grande jornalista, Joaquim Ferreira dos Santos, publicada pela Companhia das Letras, em 2008. Quando vi o livro numa livraria, nem me passou pela cabeça que o Joaquim pudesse ter recuperado a matéria e publicado um resumo. Mas, ao folhear o índice onomástico, estava lá: Kupfer, José Paulo, 129.

Escreve o Joaquim, hoje titular da coluna “Gente Boa”, no jornal “O Globo”: “A revista Fatos&Fotos publicou uma divertida matéria em que ela [Leila Diniz] e Hugo Bidet [um personagem folclórico da Ipanema dos anos 60, de barriga grande, barbicha e óculos] são fotografados nas cadeiras da calçada do bar [o Veloso, célebre boteco que em 1967 passou a se chamar Garota de Ipanema, pelas razões por todos conhecidas]. Encenam o que seria uma paquera carioca, com o rapaz chegando junto e a moça fingindo que dá mole”(…) Dois amigos, talvez três, com o repórter José Paulo Kupfer que assina a matéria, curtindo com a cara dos tempos”.

Prometi, faz um tempo, escrever ao Joaquim (e fiquei devendo) para contar a origem daquela “curtição”, que, para mim, não foi nada disso. Na parte que me toca, a “receita” da Leila para pegar homem foi, na verdade, motivo de grande aflição.

Tudo começou com uma ordem para que eu fosse entrevistar Carlos Imperial. O diretor da Fatos&Fotos, Claudio Mello e Souza, me informou que ele estava me esperando para que eu o entrevistasse. E me avisou: “Você vai fazer com ele uma receita para pegar mulher”. Não tenho a mínima ideia de quem combinou o que com quem, em relação à matéria. Enfim, achando aquilo meio esquisito fui, de bloquinho em punho, falar com Imperial.

Carlos Imperial, o homem que, no fim das contas, entrou para a história como o apresentador do resultado do desfile das escolas de samba que inventou o bordão “10 nota 10”, era um artista de cinema, rádio e TV. Imperial fazia, no trabalho e na vida cotidiana, um personagem meio cafona, uma espécie de galã-vilão. Gordo, o rosto marcado pelas espinhas pesadas da adolescência, insinuava ser um sedutor irresistível. Fazia o tipo gostosão de periferia.

A receita para pegar mulher era isso mesmo: um manual relâmpago de como “abater a lebre”, no jargão do entrevistado, e levá-la para a cama. Não me lembro de todos os mandamentos, mas os que ficaram na memória são suficientes para assegurar que uma classificação como baixaria seria mais do que adequada para o conjunto da obra. Na minha memória, vejo o Imperial afundado numa poltrona do apartamento, bermuda e chinelão, um sorriso maroto, jeitão fingido de cafajeste, ditando as “regras”.

Uma delas era passar de carro às cinco da tarde, devagar e margeando a calçada da Cinelândia, na ligação do cento do Rio com a zona sul, oferecendo carona às mocinhas paradas nos pontos de ônibus. Uma outra dizia respeito ao quarto em que a “lebre” seria abatida. Uma minuciosa descrição do ambiente, com ênfase detalhada na cama.

Mas se isso já me pareceu o fim do mundo, o pior ainda estava por vir. A matéria provocou algumas reclamações de leitores, broncas de feministas, mas, tudo balanceado, passou como um divertimento – uma cascata jornalística, mas absolutamente transparente. Para encurtar, fez sucesso.

Pior para mim. Fui chamado outra vez pela direção da revista: “Agora você tem de arrumar alguém para dar uma receita de pegar homem”. Fiquei branco e perguntei: “Quem?”. Resposta: “Se vira, não é repórter?”.

Quem? Só mesmo Leila Diniz poderia topar uma coisa assim. Então, lá estava eu, esperando terminar o espetáculo no Teatro Jovem, para tentar falar com ela e propor a matéria. E ainda tinha as fotos, cascata maior ainda, um fingimento de paquera no bar mais famoso de Ipanema.

No tempo em que fiquei esperando, acho que menos de duas horas, que pareceram uma eternidade, cheguei a pensar em ir embora e, no dia seguinte, pedir demissão, deixar de driblar a faculdade e encarar o curso de economia, que, aos trancos e barrancos, eu ia levando. Mas, uma outra voz dentro de mim, que a paixão pelo jornalismo estava tornando mais forte, me convenceu a encarar o constrangimento: “Jornalista não volta para a redação sem a mercadoria”.

Foi assim, com a sensação do condenado à forca, que abordei Leila. Eu devia estar com cara e voz de defunto. Ela ouviu e soltou uma gargalhada: “Rapaz, deixa de ser bobo, isso é simples, fica tranquilo”, disse, começando a tirar a maquiagem. “A gente vai lá pra casa e resolve rapidinho”.

Leila me deu o endereço, mas não me lembro se era em Ipanema ou em Copacabana. Na memória, vem um apartamento pequeno, com poucos móveis, típico dos jovens universitários de classe média que resolviam morar sozinhos. A entrevista começou perto da meia-noite. A ideia era fazê-la rebater os “mandamentos” de Imperial.

Na biografia de Leila, Joaquim Ferreira dos Santos reproduz algumas das respostas que ela me deu, compondo a “receita” para pegar homem:

“De um modo geral, o homem está muito por fora. A mulher deu uma virada e o homem ficou só olhando. Ele aceitou, mas ela que fez o trabalho”;

“Tem ainda uns caras que estão naquela de mexer com a mulher na rua. Essa paquera carioca é engraçada, mas muito bolha”;

“Às vezes ele se assusta com a mulher ousada. O bobalhão do homem precisa se sentir o bonzão. É ele que está conquistando. Precisa se afirmar, achar que ele ganhou o negócio, que passou a saliva e coisa e tal. Mesmo que não seja assim, dá essa colher de chá pro cara. Ele não está acostumado a ser paquerado”;

“A praia e depois a esticada até o bar são os lugares da paquera. Na praia, todo mundo pelado, com a cuca cheia de chope, a coisa fica meio bicho. Depois até o barzinho tem sempre uma andada. Aí você se coloca perto do cidadão. Leva um papo para saber se o cara não é aquele burrão total”.

“Todos os caras que eu quis, eu tive. Mas a coisa parte de uma escolha. Não é sair paquerando. Para a mulher é mais fácil. O difícil mesmo é manter. Toda mulher quer ser amada, quer que o cara fique apaixonado por ela”.

Durante toda a entrevista, mesmo sorrindo e gesticulando, Leila estava séria. Acho que, de repente, encarou aquela ideia idiota como uma oportunidade de produzir mais um panfleto em prol da liberação feminina. Quando, por exemplo, perguntei-lhe sobre a cama – o sofisticadíssimo “abatedouro” do Imperial –, ela fez um jeito de enfado e me disse: “Que cama, cara, que cama? Se tem carinho e tesão, qualquer esteira no chão serve”.

Eram mais ou menos duas da madrugada quando a entrevista terminou. Eu estava aliviado e Leila com sono. Mais do que aliviado, eu estava agradecido. Leila me tratou como a um irmão mais novo, metido em apuros. Foi gentil, carinhosa e, antes de tudo, generosa. Resumindo, cuidou de mim.

Leila morreu, aos 27 anos, num acidente de avião na Índia. Quebrou tabus, escandalizou a sociedade machista, dominante numa época de generalizada repressão, incomodou a ditadura ultraconservadora e a esquerda stalinista. Sua foto de biquíni, com a barriga da gravidez orgulhosamente à mostra, é um divisor de águas no processo de emancipação da mulher brasileira. Como resumiu seu biógrafo, Leila ajudou a dar início a uma revolução dos costumes femininos e a definir um novo papel para a mulher na sociedade brasileira.

Leila é tudo isso, mas, para mim, depois da noite que passei com ela, jamais deixou de ser uma moça sem afetação, doce e alegre, de generosidade genuína – uma característica das professorinhas de jardim de infância de subúrbio, que ela foi antes de se transformar em estrela.