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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

CBF gasta 23 milhões de reais para calar Romário

Daqui


Sempre bato nesta tecla: podemos chamar Ricardo Teixeira de muitas coisas. Mas burro ele não é.

No apagar das luzes da semana passada, às vésperas do Natal, a CBF anunciou que doará 32 mil ingressos para deficientes físicos durante a Copa do Mundo 2014. Serâo 500 ingressos para portadores de necessidades especiais, com direito a acompanhante, para cada jogo do Mundial. Segundo apuração do Portal iG, a CBF vai desembolsar 23 milhões de reais para o projeto.

O deputado Romário teve duas grandes causas neste primeiro ano de mandato legislativo: fiscalizar a organização para a Copa 2014 e melhorar a vida de deficientes físicos - Romário tem uma filhinha portadora da Síndrome de Down, que lhe serve de inspiração.

Romário tem sido o principal opositor a Ricardo Teixeira, que preside a CBF e é, na prática, o manda-chuva do Comitê Organizador Local (COL), que organiza a Copa. Teixeira precisava desesperadamente de uma estratégia para amenizar as críticas de Romário, que surtem mais efeito que as críticas de qualquer jornalista esportivo.

Com isso em mente, apaziguar Romário foi a primeira grande missão de Ronaldo como presidente oficial do COL. Ele chamou o seu ex-companheiro de ataque na Seleção Brasileira para conversar e, na sequência, anunciou que a CBF financiará os ingressos para deficientes. Emocionado, Romário disse o seguinte:

"Conversando com o Ricardo (Teixeira) e Ronaldo, fiz um pedido sobre a possibilidade de termos alguma conquista para essa classe de pessoas com deficiência. E fiquei surpreso com a rapidez da resposta. O Ricardo me passou que, independentemente de qualquer coisa, a CBF vai doar 32 mil ingressos para pessoas com deficiência e seus acompanhantes. Essa é uma vitória dentro desse meu primeiro ano de mandato. A maior delas, porque será a única classe sem ter que pagar ingresso. Por isso, eu gostaria de aproveitar para agradecer ao Ronaldo e ao Ricardo".

Ricardo Teixeira deve estar sorrindo de alegria ao ver o tom amistoso como Romário se refere a ele. Agora é esperar pra ver como será o Romário de 2012, se o combativo deputado que bota a boca no trombone em tudo a que se refere a organização da Copa, ou se apenas um ex-jogador que trata com desvelo os assuntos que Ricardo Teixeira e Romário tiverem interesse.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Imagina na Copa

Foda o texto dessa mina no O Esquema.
Link




Não é à toa que muitos viram um facepalm nesse logo.

Eu tenho vontade de chorar a cada vez que ouço um “Imagina na Copa, quando os gringos…” para iniciar qualquer reclamação. E isso acontece cada vez mais.

Hoje foi no elevador do jornal. Um cara estava falando ao celular dentro do elevador. O sinal caiu e a ligação foi interrompida. Ele bufou, tirou o celular da orelha e disse:

“Imagine na Copa, quando os gringos estiverem falando no telefone e o sinal cair? Que vergonha.”

Esse é um caso duplo-estúpido porque, né, ele tava dentro do elevador.

Outro dia foi no aeroporto. Um terminal de embarque estava temporariamente fechado (ia abrir dali a 20 minutos e todos íamos embarcar para Madri). Mas a ansiedade pré-voo tomou conta de todos e lá veio o:

“Imagine na Copa, quando os gringos usarem esses aeroportos de merda. Que vergonha.”

É sempre no trânsito, quando congestiona e alguém suspira:

“Imagina na Copa, quando os gringos vierem. Que vergonha.”

Meu, que vergonha disso. Que vergonha de nós. Isso sim. Todo mundo já deve ter ouvido ou dito isso. Eu mesma, bobear. Mas me dá vergonha de nós mesmo.

É tudo uma merda e nego tá preocupado com a Copa? Com os gringo? Que vergonha? E o dia a dia? E nós? Hoje?

Os gringos vêm aqui passar no máximo 15 dias. A gente vive aqui todos os dias. Em vez de ter vergonha do gringo, seria mais produtivo começar a reclamar, fazer todo mundo sentir vergonha hoje e usar essa vergonha para produzir algum tipo de progresso de fato. Para as coisas melhorarem porque a gente quer que elas melhorem porque a gente mora aqui todos os dias.

Foda-se a Copa do Mundo, não “imagine na Copa”. Imagina que isso aí de que você está se envergonhando é a real do seu dia a dia e, sei lá, comece sentindo vergonha por aturar isso. Comece sentindo vergonha dessa frase.


quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Esculhambação no Facebook

Cara, é exatamente o que eu acho. Nego tá zoando a porra da ferramenta legal. Daqui.


Nos últimos dia eu vejo muitos amigos reclamando no tuíter e no Facebook sobre uma suposta bagunça que seus colegas andam fazendo no Facebook.

O que acontece é que além do hábito irritante de dar “share” no Facebook em tudo que é imagem “engraçada” que encontram por aí — essencialmente transformando o Facebook numa filial do 9gag –, a galera anda compartilhando também imagens gráficas de abuso de animais. Pra “conscientizar”, supostamente.

Mano, por que tanta gente não sabe usar o Facebook…? Eu até já me acostumei com os convites de “evento” que são na verdade promoções ou alguma coisa mais inútil ainda. Ou empresas abrindo perfis pessoais. Ou gente me marcando em foto que não tem nada a ver comigo. Ou nego respondendo “ensino médio completo” quando o site te pergunta onde você estudou.

A porra do site tem interface em português. Qual a desculpa?

Pra te ajudar a mensurar a retardadice dessa galera, olha só que incrível: tanta gente põe “completo” no campo que pergunta a sua alma mater (olhaí, hoje tu aprendeu um termo bonito aqui no HBD) que isso provocou o seguinte “bug”:

POISÉ: “completo” é tão utilizado pra definir a escola que a pessoa cursou que o Facebookreconheceu o termo como uma escola. Clica aí, descubra quantos amigos terminaram o segundo grau na “completo” e morra de vergonha.

Mano, não dá nem pra ficar com raiva dum indivíduo desses; é como observar um sujeito que nasceu sem braços tentando limpar a bunda.

Mas um negócio que me irrita mesmo é o hábito, como falei, de transformar a página principal do meu Facebook numa extensão de tudo quanto é site “engraçadinho” dessa internet maldita.

Quando eu entro na porra do Facebook, é pra ver o que meus amigos estão fazendo, ou dizendo, ou comendo — tanto literalmente como figurativamente, graças aos uploads de fotos de restaurante e mudança de status civil de “solteiro” pra “em um relacionamento”. Essa é a função do site.

Em vez disso nos últimos meses eu abro a porra do Facebook e penso que digitei “9gag.com” sem querer. Quando eu notei que tinha que dar scroll por vários minutos até achar conteúdo realmente relevante para o propósito do site, me deu agonia. Saí dando unfriend em um monte de gente, pra reestabelecer uma proporção saudável entre sinal e ruído.

E vou me abster de comentar sobre comunidades como a “Risos no Face”, porque isso daria um texto inteiro.

Esta desgraça tem 219370 "fãs". A página do Monteiro Lobato tem 1200.

Eu tô ligado que alguns argumentam “ahhhh mas se não fosse pra compartilhar essas coisas, não existiria a opção de compartilhar!”. É o argumento de uma tia velha rebatendo a crítica aos seus .PPS. “Se não fosse pra mandar isso, a Microsoft não teria embutido a função de enviar por emailmimimi”.

É isso mesmo que eu estou falando: vocês são tudo umas tias velhas repassando tudo que vêem pela frente e cagando a função real da ferramenta.

O problema real é que quem faz isso talvez não pare pra pensar que não se trata de uma ou duas ou três pessoas fazendo também. É TODO MUNDO FAZENDO JUNTO que cria a massa crítica em que essa merda se encontra.

Isso é igual jogar lixo na rua. Quem faz isso é porque pensa que uma pessoa só fazendo não causa tanta diferença. O que acontece é que quando TODO mundo pensa assim, resultando em ruas completamente emporcalhadas.

E o que é pior — isso acaba funcionando como incentivo pra que outros façam o mesmo. Assim como uma calçada cheia de entulho faz o sujeito se conformar em jogar a latinha de cerveja ao meio fio em vez de se incomodar em caçar uma lata de lixo, uma timeline toda poluída com essas merdas acaba reforçando a impressão de que o Facebook é pra isso aí mesmo.

É um círculo vicioso.

É o que está acontecendo com o Facebook. O problema não é uma ou outra pessoa postar esse tipo de coisa (afinal, a função de compartilhar coisas no Facebook é pra isso mesmo). O problema é que o comportamento é generalizado e o FB acaba virando uma filial desses sites “engraçadinhos” que proliferam como o vírus da herpes na internet brasileira.

Eu gosto de rage comics. Eu gosto do 9gag, gosto de rir. O problema é que quando quero visitar o 9gag, eu vou no 9gag. Quando quero me conectar aos meus amigos, vou no Facebook. E vocês tão tornando a porra do Facebook um site redundante.

Vou começar a deixar mensagens pros meus amigos nos comentários do Ñ.Intendo pra ver se vocês gostam.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Qual a lógica de produção de IPADs no Brasil?

Do blog Mansueto Almeida


Tinha prometido que não iria entrar neste debate. Mas confesso que já fiz de tudo para entender a fixação das autoridades governamentais para trazer a produção de IPADs para o Brasil e até agora não entendi e, sinceramente, gostaria de entender. Isso seria possível se alguém do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), do Ministério da Indústria e Comércio (MDIC) e/ou do BNDES se dispusesse a colocar no papel qual a estratégia de atrair a Foxconn para o Brasil e o que o país ganha com isso que não seja a simples montagem de produtos eletrônicos.

A ideia é interessante: o governo dá incentivos e traz para o Brasil a montagem de um produto que, supostamente, envolve elevado conteúdo tecnológico, elevado valor adicionado e cuja produção poderia até servir de plataforma de exportação para outros países da América Latina.

É impossível não fazer um paralelo disso com os objetivos da Lei de Informática: (i) aumento da densidade da cadeia produtiva e da densidade tecnológica do setor de TICs no Brasil, (ii) aumento das parcerias entre universidades e institutos de pesquisa; (iii) aumento da competitividade das empresas brasileiras e maior inserção no mercado internacional, etc. O que de fato se conseguiu com a Lei de Informática?

Segundo avaliação oficial desta lei concluída recentemente e infelizmente não divulgada (mas apresentação em power point está disponível na internet), os autores do estudo contratado pelo MCT ao CGEE mostraram que: a Lei de Informática proporcionou aumento da produção local e do número de empregos gerados; proporcionou aumento da capacidade de inovação com densidade científica e tecnológica relativamente baixa; não teve impacto substantivo na inserção global, não estimulou a entrada em serviços e em segmentos de hardware de maior valor agregado, e a Lei focou no incentivo a produção com efeitos limitados na criação de valor.

Em resumo, a avaliação recente da Lei de Informática mostra que tivemos sucesso em atrair a montagem de produtos, mas isso aumentou ou déficit comercial já que a especialização em montagem envolve importação de componentes como é o caso dos celulares, que são montados aqui com peças importadas. O total de importação sobre o faturamento dos produtos incentivados pela Lei de Informática, por exemplo, passou de 20%, em 2002 e 2003, para cerca de 60%, em 2009.

Ao que parece, a Lei de Informática teve sim alguns efeitos positivos, mas o que se destacou foi muito mais a produção com uso crescente de insumos importados do que o aumento da inovação, agregação de valor e inserção global. Sinceramente, não vejo nada muito diferente na ênfase excessiva que tem sido dada na montagem de IPADs no Brasil pela Foxconn.

Alguns esperam que a Foxconn, ao produzir IPADs no Brasil, empregue mão-de-obra qualificada (engenheiros) e traga fornecedores de insumos, o que levaria a transferência de tecnologia para empresas domésticas que poderiam entrar na lista de fornecedores da Foxconn. Isso faz sentido? Infelizmente, essa expectativa pelo que sei não tem respaldo nem com o modus operandi da Foxconn e nem tão pouco com a organização da cadeia global de um produto como o IPAD.

Em primeiro lugar, a Foxconn opera com fábricas de grande escala, algumas com mais de 400.000 trabalhadores que são verdadeiras fábricas em forma de cidades. Embora a Foxconn seja uma empresa de Taiwan, fez elevados investimentos para montar os IPADs, IPhones e Ipods na China porque tanto a carga tributária (mesmo de 20% do PIB) quanto o custo da mão-de-obra (em dólar) na China são baixos. O Brasil não passa neste teste e, assim, a única forma de sermos competitivos no âmbito global na montagem desses produtos seria com MUITOS incentivos fiscais e financeiros de todos os tipo que se possa imaginar e, por que não, com uma montanha de recursos do BNDES para facilitar a atração da Foxconn.

Segundo, já foi fartamente documentado por quem estudou o assunto que “agregação de valor” não tem absolutamente nada a ver com o “local da produção” e o melhor exemplo disto é justamente o modelo de negócios da Apple e a produção de IPOD (clique aqui), IPHONE e IPAD. Kenneth L. Kraemer, Greg Linden, e Jason Dedrick (clique aqui) estudaram a formação de valor na produção desses produtos e mostraram de forma inequívoca que o valor adicionado na China que produz esses aparelhos é pequeno e que os EUA, que não produzem um único IPAD mas controlam o design, o software e a marca, é quem mais ganha em cada IPAD produzido. O gráfico do texto dos autores acima não deixa dúvidas.

Divisão de Valor da Produção do IPAD – 2010

Fonte: Kenneth L. Kraemer, Greg Linden, e Jason Dedrick (2011)

Do valor total de US$ 499 de um IPAD de 16 GB WI-FI, em 2010, os EUA ficavam com 32% do valor, US$ 162, sendo US$ 150 (30%) da Apple e US$ 12 (2%) de firmas americanas fornecedoras da Apple. O equivalente a US$ 154 (31%) do valor do IPAD era custo dos insumos (produtos) utilizados na sua fabricação. O ganho da China na fabricação de cada IPAD era US$ 8 (1,6%), o valor da mão-de-obra empregada na fabricação dos IPADs e parte dos US$ 27 (5%) do lucro dos fabricantes de componentes cuja nacionalidade não foi identificada.

Quem de fato agrega valor ao IPAD é a Apple. Do valor final do IPAD de US$ 499, o preço de atacado para a Apple é de US$ 424. Desse total, se retiramos o valor dos insumos materiais utilizados no processo de produção (US$ 154) tem-se um valor adicionado de US$ 270 do qual US$ 150 (56% do valor adicionado) termina em Cupertino no Vale do Silício na sede da Apple.

É claro que os cálculos acima do texto do Kraemer et. Al (2011) não tiram em nada o mérito do fundador da Foxconn, Terry Gou, e da sua espetacular história com a Foxconn. Terry Gou construiu um império com mais de um milhão de trabalhadores e se tornou o homem mais rico de Taiwan a partir de um empréstimo de US$ 7.500 que conseguiu com a sua mãe aos 23 anos de idade. A Foxconn consegui ao longo de sua história despontar não apenas como um grande fornecedor da Apple, mas também de empresas como IBM, HP, DELL e Nokia. É sem dúvida um excelente caso de sucesso para os cursos de administração de empresas como é também a história do Wal-Mart e seu modelo de negócios que revolucionou o varejo e a produção de vários produtos industriais e agrícolas.

Do ponto de vista de política industrial, no entanto, não é tão claro o ganho para o Brasil na produção, ou melhor, na montagem de IPADs graças a incentivos fiscais e financeiros, junto com recursos do BNDES que serão utilizados para viabilizar a ampliação das operações da Foxconn aqui. O que questiono não é o ganho privado para a empresa, mas o benefício social que justificaria a aplicação de recursos dos contribuintes em uma empresa privada.

O melhor seria, talvez, turbinar o funcionamento de fundos de venture capital, uma indústria ainda pequena no Brasil, para fomentar um pouco de Steve Jobs que existe em muitos jovens que, devido a todas espécies de dificuldades para se iniciar um novo empreendimento no Brasil, terminam fazendo concurso público ou indo trabalhar em instituições financeiras.

É claro que do ponto de vista estritamente político, trazer uma empresa como a Foxconn para o Brasil é ganho líquido e certo para os políticos envolvidos no processo: o benefício da entrada de uma grande empresa é sempre acompanhada do aumento de contratações de mão-de-obra, investimentos fixo, etc. e, assim, o benefício é imediato. Os custos para sociedade decorrente do incentivos fiscais e financeiros não são divulgados e só ficam claros ao longo do tempo. É por isso que políticos continuam a fazer uso da guerra fiscal como instrumento de promoção do desenvolvimento local, regional e nacional, independentemente do país e da filiação partidária.

Seria bom para o debate que o governo divulgasse um estudo completo dos custos e benefícios de incentivar com recursos públicos a expansão da Foxconn no Brasil, ao invés de simplesmente falar que “vamos produzir o IPADs”. Se for para produzir o IPAD como a China faz e ficar com apenas US$ 8 do valor adicionado, confesso que não acho isso uma boa estratégia. E há motivos de sobra para se preocupar quando se olha para os resultados da Lei de Informática, que mostra que tivemos “sucesso” para internalizar parte da produção de equipamentos de telecomunicação, mas falhamos na criação de empresas globalmente competitivas.

Fica aqui o desafio para que nós pobres mortais tenhamos acesso a algum estudo de custo e benefício da utilização de recursos públicos para a produção de IPADs no Brasil. Apenas aqueles que estão envolvidos diretamente nas conversas com a Foxconn teriam condições de fazer esse estudo, ou seja, MCT, MDIC e/ou BNDES.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Repassa isso aqui, porra!

O maluco quebrou o braço da mina.
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Só faltou o vídeo pra fechar com chave de ouro, né?





Filho da puta, né? E saiu da boate sem ninguém fazer nada. Brasileirismo de merda esse! Coloca esse malandro na cadeia com aquele "compartilhar" do facebook que você sempre usa quando acha alguma coisa revoltante na internet.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Anvisa adverte: Revista Veja faz mal à saúde

Daqui

A revista Veja não tem cura. Na edição da semana retrasada, ela estampou na capa o título “O poderoso chefão” e publicou uma “reporcagem” cheia de adjetivos contra o ex-ministro José Dirceu. O seu repórter tentou invadir o apartamento do dirigente do PT e imagens ilegais foram usadas na matéria. A ação criminosa está sendo investigada pela polícia e a Veja está acuada.

Nesta semana, na edição número 2233, a revista preferiu uma capa mais light, talvez tentando esfriar a reação à sua ação mafiosa contra Dirceu. “Parece milagre!” foi a manchete da longa reportagem sobre um novo remédio “que faz emagrecer entre sete a 12 quilos em apenas cinco meses”. Novamente, porém, a revista parece ter cometido outro crime.

Hipoglicemia, náusea e diarréia
Em comunicado oficial, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) imediatamente alertou que o remédio propagandeado pela Veja não deve ser usado como emagrecedor. “A única indicação aprovada atualmente para o medicamento é como agente antidiabético… Não foram apresentados à Anvisa estudos que comprovem qualquer grau de eficácia ou segurança do uso do produto Victoza para redução de peso e tratamento da obesidade”.

Ainda segundo o comunicado, o uso do medicamento para qualquer outra finalidade apresenta “elevado risco para a saúde da população”. O Victoza foi aprovado para comercialização em março de 2010 para uso específico no tratamento de diabetes. A Anvisa informa que foram relatados eventos adversos associados ao medicamento nos estudos clínicos, como dores de cabeça, hipoglicemia, náusea e diarréia. Ela destaca ainda os riscos de pancreatite, desidratação e alteração da função renal e da tireóide.

Propaganda descarada

Como relata Ligia Martins de Almeida, em artigo no Observatório da Imprensa, a revista tem o péssimo costume de propagandear remédios. “Não é a primeira vez que Veja dedica seu precioso espaço para falar de dietas milagrosas… Mas talvez seja a primeira vez que ela usa sua capa para divulgar um produto de forma tão descarada”. Os resultados desta jogada comercial são imediatos.

“O sucesso da matéria pode ser comprovado no site DoceVida, especializado na venda de produtos para diabéticos, que já no domingo trazia a reprodução da capa de Veja com a matéria sobre o remédio. O medicamento, aliás, que só pode ser vendido com receita médica e custa entre 343 e 350 reais nos sites de farmácias especializadas em vendas online… Com a matéria de Veja, certamente a procura – na internet e nos consultórios de endocrinologistas – vai aumentar muito”.

Quem tem culpa no cartório?
“Os pauteiros e editores da revista – felizes com a repercussão da matéria (porque as matérias desse tipo sempre dão excelentes resultados) – não terão qualquer sentimento de culpa se eventualmente se descobrir que os efeitos do tal medicamento podem ser péssimos para quem não tem problemas com glicemia. Até lá, terão mudado os pauteiros e os editores e os próximos poderão discutir o assunto sem qualquer culpa no cartório”.

“O que Veja deixou claro, com essa matéria, é que a responsabilidade da imprensa com os seus leitores nem sempre vem em primeiro lugar. A vontade de causar impacto (ou talvez de atender os interesses de seus anunciantes) às vezes fala mais alto”, conclui Ligia Martins de Almeida, que até pegou leve com a inescrupulosa e ambiciosa famiglia Civita, dona da revista.

O crime não será punido?
Como ensina o professor Dênis de Moraes, no livro “Por uma outra comunicação”, a mídia privada e monopolizada tem interesses políticos e econômicos. Na “reporcagem” contra Dirceu, ela visou desgastar e enquadrar o governo Dilma. Já na matéria sobre o remédio milagroso, os interesses comerciais e publicitários falaram mais alto. Nos dois casos, a revista Veja cometeu crimes.

Será que o laboratório que fabrica o Victoza pagou pela chamativa propaganda na capa da Veja? Ele banca anúncios publicitários na revista? Quais seriam os valores? Existe “caixa-2” no mercado publicitário? Isto não configuraria uma forma de corrupção? Se a saúde da população é colocada em “risco elevado”, não caberia aos poderes públicos tomarem providência contra a revista?

segunda-feira, 4 de julho de 2011

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Bens declarados à Justiça Eleitoral - Aécio Neves

O cara tem só uma cobertura na Epitácio Pessoal que custa R$109.000,00. E nego falando do "pobre" do Palocci. tsc tsc tsc

APARTAMENTO = UM APARTAMENTO NA AVENIDA EPITACIO PESSOA N° 100/C01, MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO, ADQUIRIDO PELO VALOR DE R$ 109.500,00
R$ 109.500,00

O gráfico representa os bens declarados por todos os integrantes
da Senado Federal/BR, destacada a posição ocupada por Aécio Neves
.

Soma dos bens declarados em 2010R$ 617.938,42
Patrimônio

Montante

APARTAMENTO => UM APARTAMENTO NA RUA SAMUEL PEREIRA N° 237/1101, MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE, ADQUIRIDO PELO VALOR DE R$ 180.000,00 COM ACRESCIMOS RELATIVOS A REFORMAS REALIZADAS NO VALOR DE R$ 42.000,00

R$ 222.000,00

APARTAMENTO => UM APARTAMENTO NA AVENIDA EPITACIO PESSOA N° 100/C01, MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO, ADQUIRIDO PELO VALOR DE R$ 109.500,00

R$ 109.500,00

QUOTAS OU QUINHÕES DE CAPITAL => QUOTAS DE CAPITAL JUNTO A IM PARTICIPAÇÕES E ADM. LTDA - CNPJ 28.264.463/0001-80 NO VALOR DE 95.179,12

R$ 95.179,10

TERRENO => 50% DE UM IMOVEL RURAL SITUADO NO MUNICIPIO DE CLAUDIO NO VALOR DE R$ 87.000,00

R$ 87.000,00

APLICAÇÃO DE RENDA FIXA (CDB, RDB E OUTROS) => APLICAÇÃO FINANCEIRA NO BANCO DO BRASIL DE R$ 40.142,20

R$ 40.142,20

APLICAÇÃO DE RENDA FIXA (CDB, RDB E OUTROS) => APLICAÇÃO FINANCEIRA NO BANCO ITAU DE R$ 14.393,28

R$ 14.393,30

OUTRAS APLICAÇÕES E INVESTIMENTOS => OBJETO DE ARTE ADQUIRIDO EM LEILÃO BENEFICIENTE PELO VALOR DE R$ 13.650,00

R$ 13.650,00

QUOTAS OU QUINHÕES DE CAPITAL => 9.819 QUOTAS DE CAPITAL JUNTO A NC PARTICIPAÇÕES A ADM. LTDA - CNPJ 23.205.958/0001-14 NO VALOR DE R$ 9.819,00

R$ 9.819,00

TERRENO => DOIS LOTES DE N° 10 E N° 10A COM 802 METROS QUADRADOS DO LOTEAMENTO OURO VELHO MANSÕES, MUNICIPIO DE NOVA LIMA, ADQUIRIDO PELO VALOR DE R$ 9.715,62

R$ 9.715,62

OUTRAS APLICAÇÕES E INVESTIMENTOS => EMPRÉSTIMO A NC PARTICIPAÇÕES LTDA - CNPJ 23.205.958/0001-14 NO VALOR DE R$ 8.544,12

R$ 8.544,12

TERRENO => UM LOTE N° 02, QUADRA 08 COM 1.398 METROS QUADRADOS, BAIRRO CABECEIRAS, MUNICIPIO DE NOVA LIMA, ADQUIRIDO PELO VALOR DE R$ 6.939,73

R$ 6.939,73

DEPÓSITO BANCÁRIO EM CONTA CORRENTE NO PAÍS => SALDO EM CONTA NO UNIBANCO DE R$ 496,93

R$ 496,93

DEPÓSITO BANCÁRIO EM CONTA CORRENTE NO PAÍS => SALDO EM CONTA CORRENTE NO BANCO DO BRASIL DE R$ 331,07

R$ 331,07

AÇÕES (INCLUSIVE AS PROVENIENTES DE LINHA TELEFÔNICA) => AÇÕES JUNTO A TELEBRAS S/A NO VALOR DE R$ 217,26

R$ 217,26

DEPÓSITO BANCÁRIO EM CONTA CORRENTE NO PAÍS => SALDO NO BANCO ITAU DE R$ 10,00

R$ 10,00

AÇÕES (INCLUSIVE AS PROVENIENTES DE LINHA TELEFÔNICA) => AÇÕES JUNTO A EMPRESA DIÁRIOS ASSOCIADOS S/A NO VALOR DE R$ 0,09 RECEBIDAS DO INVENTARIO DE TANCREDO DE ALMEIDA NEVES

R$ 0,09

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Pois é, vazou...

Jobim e governadores baixam o pau no Judiciário

Do ministro da Defesa, Nelson Jobim, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, durante reunião, esta tarde, no Palácio do Planalto, sobre a violência na Amazônia que custou a vida de cinco líderes sindicais e lavradores da semana passada para cá:

- O Poder Judiciário no Brasil é péssimo!

A presidente Dilma Rousseff não comentou o que Jobim disse. Mas a fala dele foi a senha para que os governadores Simão Jatene (PSDB-PA), Omar Aziz (PMDB-AM) e Confúcio Moura (PMDB-RO) descessem o cacete na Justiça.

As críticas de Jobim e dos governadores foram ouvidas em silêncio também por quatro outros ministros: José Eduardo Cardoso (Justiça), Maria do Rosário (Secretaria Nacional de Direitos Humanos), Afonso Florence ( Desenvolvimento Agrário) e Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência).

Antes de Dilma entrar na sala da reunião, ao lado do seu gabinete, um assessor desligou o ar-condicionado. "A presidenta sempre se queixa do frio que faz no palácio", alegou.

Dilma queixou-se do programa Terra Legal, criado ainda no governo Lula por inspiração do então ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger.

- O Terra Legal é um atraso só - disse Dilma.

Ela participou da reunião entre 16h15 e 18h. Foi embora porque tinha outro compromisso. A reunião terminou uma hora depois com o apelo feito por Gilberto Carvalho:

- Queria fazer um apelo a vocês para que não vazem informações sobre as críticas feitas ao Judiciário. Isso evitará que se abra uma nova frente de batalha contra o governo.

Pois é. Vazou.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Remando contra a corrente. Só pra exercitar!

Senado aprova MP que incentiva mais usinas nucleares

Adriana Vasconcelos e Mônica Tavares, O Globo

O governo conseguiu aprovar na noite de [ontem] no Senado a Medida Provisória (MP) 517 que estabelece um regime especial de tributação para incentivar a construção de usinas nucleares e a Reserva Geral de Reversão (RGR), fundo que permite uma arrecadação de R$ 2,5 bilhões por ano do setor elétrico, que vão diretor para o Tesouro e a Eletrobras.

A vitória governista só foi garantida algumas horas antes do fim do prazo de validade da MP devido ao processo de obstrução mantido pela oposição que estendeu o debate da matéria por mais de seis horas.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

A moda do reaça

Daqui

Como comentou uma leitora, Natália, no post anterior:

Cara, acho tão engraçada essa mania das pessoas de falarem com orgulho que são “politicamente incorretas” quando dizem absurdos… o sujeito vem, fala um monte de merda e diz que faz isso porque é inteligente (é um livre pensador, não segue o pensamento burro e dirigido das massas, etc) e porque não liga de ser “politicamente incorreto” porque afinal esse é o certo, a sociedade de hoje que está deturpada.

Coincidência. Eu pensava na mesma coisa.

O governador e o secretário municipal de segurança reconheceram que tanto a PM quanto a GCM exageraram na repressão à MARCHA DA MACONHA, que virou MARCHA PELA LIBERDADE DE EXPRESSÃO.

Alckmin chegou a dizer que não compactua com a ação violenta da PM.

Mas muitos leitores e alguns blogueiros continuam acreditando que a polícia estava certa: enfiar o cacete nos manifestantes.

Como os PMs que tiraram a identificação, para baterem numa boa.

A onda agora é ser bem REAÇA.

Se é humorista, e uma piada ultrapassa o limite do bom gosto, diz ser adepto do politicamente incorreto.

Que babaca agora é fazer censura contra intolerância.

Podemos zoar com judeu, gay, falar palavrão. É isso, que se foda, viva a liberdade!

Se alguém defende a Marcha da Maconha, faz apologia, é vagabundo.

Se defende a descriminalização do aborto, é contra a vida.

Se aplaude a iniciativa da aprovação da união homossexual, quer enviadar o Brasil todo- país que se orgulha de ser bem macho, bem família!

Se defende a punição de torturadores, é porque pactua com terroristas que só queriam implodir o estado de direito e instituir a ditadura do proletariado.

Deu, né?

Esta DiogoMainardização da imprensa e da pequena burguesia brasileira tem um nome na minha terra: má educação.

Esta recusa ao pensamento humanista que ressurgiu após a leva de ditaduras que caiu como um dominó a partir dos anos 80 tem outro nome: neofascismo.

É legal ser de direita?

Tá bacana desprezar os movimentos sociais, aplaudir a repressão contra eles?

Eu não acho.

Apesar de considerar o termo “politicamente correto”, do começo dos anos 90, a coisa mais fora de moda que existe, afirmo diante do que vejo e leio: eu, aleijado com tendências esquerdizantes, não era, mas agora sou TOTALMENTE politicamente correto.

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Foi uma semana marcada pelo protesto da gente diferenciada e gafes nas redes sociais, que têm 600 milhões de vigilantes no Facebook e 120 milhões no Twitter. Postaram:

Rafinha Bastos, no dia das mães: “Ae órfãos! Dia triste hoje, hein?”

Danilo Gentili, sobre os “velhos” de Higienópolis que temem uma estação de metrô: “A última vez que eles chegaram perto de um vagão foram parar em Auschwitz.”

Amanda Régis, torcedora do Flamengo, time eliminado da Copa do Brasil pelo Ceará: “Esses nordestinos pardos, bugres, índios acham que têm moral, cambada de feios. Não é à toa que não gosto desse tipo de raça.”

Ed Motta, ao chegar em Curitiba: “O Sul do Brasil como é bom, tem dignidade isso aqui. Sim porque ooo povo feio o brasileiro rs. Em avião dá vontade chorar rs. Mas chega no Sul ou SP gente bonita compondo oambiance rs.”

Quando um leitor replicou que Motta não era “um arquétipo de beleza”, ele respondeu que estava “num plano superior”. “Eu tenho pena de ignorantes como vc… Brasileiros…”, escreveu. “A cultura que eu vivo é a CULTURA superior. Melhor que a maioria ya know?”

E na MTV, a Casa dos Autistas, quadro humorístico, chocou pelo mau gosto.

Todos pediram desculpas depois. Danilo, um dos maiores humoristas de stand-up que já vi, recebeu telefonema do departamento comercial da Band, pedindo para tirar o comentário. Ed Motta se revoltou contra a imprensa. Pergunta se temos o direito de reproduzir seus escritos particulares.

A internet trouxe a incrível rapidez na troca de informações e espaço para exposição de ideias. Alguns se lambuzam. Dizem que são contra as patrulhas do politicamente correto.

Mas como ficam as domésticas ofendidas popr Delfim Netto, os órfãos recentes, aqueles que perderam parentes em Auschwitz, os nordestinos e os pais de autistas?

Tomara que, depois do pensamento grego, democracia, Renascença, a revolução industrial e tecnológica nos iluminem.

O preconceito não é apenas sintoma de ignorância, mas lapsos de um narcisista.

Ele nunca vai acabar?

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Enquanto no Itaú Cultural, um símbolo de excelência em apoio às artes e alta tecnologia, em plena Avenida Paulista, uma mãe foi expulsa por amamentar o filho em público na exposição do Leonilson, artista que sofreu inúmeros preconceitos, morto vítima da Aids.

Ou melhor, viadão que morreu da peste gay, porque era promíscuo, diriam os reaças.

Os ânimos estão acirrados.