terça-feira, 27 de dezembro de 2011

CBF gasta 23 milhões de reais para calar Romário

Daqui


Sempre bato nesta tecla: podemos chamar Ricardo Teixeira de muitas coisas. Mas burro ele não é.

No apagar das luzes da semana passada, às vésperas do Natal, a CBF anunciou que doará 32 mil ingressos para deficientes físicos durante a Copa do Mundo 2014. Serâo 500 ingressos para portadores de necessidades especiais, com direito a acompanhante, para cada jogo do Mundial. Segundo apuração do Portal iG, a CBF vai desembolsar 23 milhões de reais para o projeto.

O deputado Romário teve duas grandes causas neste primeiro ano de mandato legislativo: fiscalizar a organização para a Copa 2014 e melhorar a vida de deficientes físicos - Romário tem uma filhinha portadora da Síndrome de Down, que lhe serve de inspiração.

Romário tem sido o principal opositor a Ricardo Teixeira, que preside a CBF e é, na prática, o manda-chuva do Comitê Organizador Local (COL), que organiza a Copa. Teixeira precisava desesperadamente de uma estratégia para amenizar as críticas de Romário, que surtem mais efeito que as críticas de qualquer jornalista esportivo.

Com isso em mente, apaziguar Romário foi a primeira grande missão de Ronaldo como presidente oficial do COL. Ele chamou o seu ex-companheiro de ataque na Seleção Brasileira para conversar e, na sequência, anunciou que a CBF financiará os ingressos para deficientes. Emocionado, Romário disse o seguinte:

"Conversando com o Ricardo (Teixeira) e Ronaldo, fiz um pedido sobre a possibilidade de termos alguma conquista para essa classe de pessoas com deficiência. E fiquei surpreso com a rapidez da resposta. O Ricardo me passou que, independentemente de qualquer coisa, a CBF vai doar 32 mil ingressos para pessoas com deficiência e seus acompanhantes. Essa é uma vitória dentro desse meu primeiro ano de mandato. A maior delas, porque será a única classe sem ter que pagar ingresso. Por isso, eu gostaria de aproveitar para agradecer ao Ronaldo e ao Ricardo".

Ricardo Teixeira deve estar sorrindo de alegria ao ver o tom amistoso como Romário se refere a ele. Agora é esperar pra ver como será o Romário de 2012, se o combativo deputado que bota a boca no trombone em tudo a que se refere a organização da Copa, ou se apenas um ex-jogador que trata com desvelo os assuntos que Ricardo Teixeira e Romário tiverem interesse.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Imagina na Copa

Foda o texto dessa mina no O Esquema.
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Não é à toa que muitos viram um facepalm nesse logo.

Eu tenho vontade de chorar a cada vez que ouço um “Imagina na Copa, quando os gringos…” para iniciar qualquer reclamação. E isso acontece cada vez mais.

Hoje foi no elevador do jornal. Um cara estava falando ao celular dentro do elevador. O sinal caiu e a ligação foi interrompida. Ele bufou, tirou o celular da orelha e disse:

“Imagine na Copa, quando os gringos estiverem falando no telefone e o sinal cair? Que vergonha.”

Esse é um caso duplo-estúpido porque, né, ele tava dentro do elevador.

Outro dia foi no aeroporto. Um terminal de embarque estava temporariamente fechado (ia abrir dali a 20 minutos e todos íamos embarcar para Madri). Mas a ansiedade pré-voo tomou conta de todos e lá veio o:

“Imagine na Copa, quando os gringos usarem esses aeroportos de merda. Que vergonha.”

É sempre no trânsito, quando congestiona e alguém suspira:

“Imagina na Copa, quando os gringos vierem. Que vergonha.”

Meu, que vergonha disso. Que vergonha de nós. Isso sim. Todo mundo já deve ter ouvido ou dito isso. Eu mesma, bobear. Mas me dá vergonha de nós mesmo.

É tudo uma merda e nego tá preocupado com a Copa? Com os gringo? Que vergonha? E o dia a dia? E nós? Hoje?

Os gringos vêm aqui passar no máximo 15 dias. A gente vive aqui todos os dias. Em vez de ter vergonha do gringo, seria mais produtivo começar a reclamar, fazer todo mundo sentir vergonha hoje e usar essa vergonha para produzir algum tipo de progresso de fato. Para as coisas melhorarem porque a gente quer que elas melhorem porque a gente mora aqui todos os dias.

Foda-se a Copa do Mundo, não “imagine na Copa”. Imagina que isso aí de que você está se envergonhando é a real do seu dia a dia e, sei lá, comece sentindo vergonha por aturar isso. Comece sentindo vergonha dessa frase.