quinta-feira, 29 de julho de 2010

A diferença entre um piloto de F1 e um merda.

Depois do vexame que o Massa nos proporcionol no ultimo final de semana, só nos resta lembrar do maior ídolo que esse país já teve. Ayrton Senna. Tirado do Voando Baixo

Senna, Berger e o jogo de equipe


Senna e Berger nos boxes da McLaren.

Após o vexame da Ferrari no último domingo, quando a equipe mandou Felipe Massa ceder a vitória para Fernando Alonso, muito foi falado sobre a existência do jogo de equipe na Fórmula 1. Nos comentários do blog e no Twitter, recebi alguns questionamentos sobre a situação entre Ayrton Senna e Gerhard Berger, que correram juntos na McLaren entre 1990 e 1992. Para não ser traído pela memória, já que tudo aconteceu há quase 20 anos, fui pesquisar as corridas de ambos neste período. A relação entre os dois pilotos era muito diferente da existente na Ferrari de Michael Schumacher e na atual gestão do time italiano.

Antes de mais nada, vamos aos números. Os dois pilotos disputaram 48 GPs juntos pela McLaren em três temporadas. E em nenhuma vez em todas estas corridas, Berger teve de abrir caminho para o brasileiro; muito pelo contrário: foi o brasileiro quem cedeu a vitória no GP do Japão de 1991, a pedido de Ron Dennis, então chefe da equipe inglesa, já que o austríaco ainda não tinha vencido pelo time e como forma de gratidão pela ajuda no trabalho durante todo o ano. A prova em Suzuka marcou a conquista do tricampeonato de Senna.

Senna e Berger na chegada do GP do Japão de 1991Aliás, esta corrida em Suzuka marca o único registro de jogo de equipe desta época na McLaren. Senna disputava o título contra Nigel Mansell, da Williams, e Berger marcou a pole position da corrida. O brasileiro saía em segundo e o inglês, em terceiro. Os dois combinaram, então, que o austríaco se manteria à frente no início e tentaria abrir vantagem para garantir pontos para a McLaren no Mundial de Construtores. Senna enfrentaria Mansell diretamente: “Eu sei como enfrentá-lo”, disse na época. Não deu outra: o brasileiro enervou o “Leão”, que, na 10ª volta, saiu da pista na primeira curva, atolou na caixa de brita e teve de abandonar a corrida.

Já com o título nas mãos, Senna foi à caça de Berger e o ultrapassou. O brasileiro abriu uma grande vantagem, que caía gradativamente nas últimas voltas. Após uma longa conversa pelo rádio, em que Ron Dennis tentava convencer o tricampeão, ele acabou cedendo a vitória para o austríaco a 50 metros da linha de chegada, como forma de agradecer pelo trabalho prestado. O gesto acabou incomodando Senna, que gostaria de vencer a corrida de seu terceiro título e também Berger, que ficou muito constrangido com a “homenagem” orquestrada pela McLaren.

Em seu livro “Na reta de chegada”, que comprei há alguns anos, Berger contaria os bastidores deste episódio. Segundo o austríaco, seu carro teve problemas de escapamento na segunda metade da corrida e ele teve de diminuir o ritmo. Ele já estava conformado com a segunda posição, quando Senna tirou o pé próximo da bandeirada e não lhe deu tempo de reação. No início, achava que o brasileiro tinha ficado sem combustível, mas depois descobriu a essência do “grande gesto” do tricampeão no fim da corrida em Suzuka.

- Seu comportamento comigo só me deixou magoado uma vez naquela temporada, quando ele me entregou a vitória no Japão. Foi um gesto desnecessário. Se realmente ele quisesse fazer algo significativo para mim, depois de um ano sem brilho, ele teria feito dez voltas antes: daríamos um belo espetáculo e, no final, eu ganharia. Mas o modo que ele fez mostrou ao mundo inteiro quem mandava. O que ficou foi seu brilhante show de força e sincera generosidade. Nunca trocamos uma palavra sobre o acontecimento. Eu não agradeci e ele não explicou quais foram suas razões para ter feito o que fez. Apesar de tudo, nossa amizade não foi prejudicada – disse Berger, em um dos melhores capítulos de sua autobiografia.

Senna e Berger no GP da Alemanha de 1991

Clique aqui e assista ao vídeo da última volta do GP do Japão de 1991

Ao contrário do que possa parecer hoje, a posição de segundo piloto da McLaren não foi imposta a Berger. O austríaco garante que nenhuma cláusula deste tipo estava colocada em seu contrato. Piloto rápido e acostumado a derrotar seus companheiros em outras equipes, ele encontraria uma barreira quase que intransponível no time inglês. Em entrevista à rede de TV inglesa BBC, em 2004, dez anos após a morte do brasileiro, foi bastante sincero e contou um pouco dos bastidores destes três anos.

- Senna errava muito pouco. Eu tentei estudá-lo para ver onde podia ganhar, mas ele era muito completo, quase não havia chance para superá-lo. Ele conseguia extrair o máximo de qualquer carro. Em toda minha carreira, sempre senti que podia superar qualquer companheiro de equipe. Não diria que era fácil, mas era possível. Por isso é que não achei que teria problemas ao ir para a McLaren e enfrentar Ayrton. Porque pensei que seria mais um. Mas, após duas ou três corridas, percebi que ele era especial, era o melhor. Schumacher talvez seja tão bom quanto ele no lado esportivo, mas Senna estava em outro nível porque tinha uma personalidade superior. Era a combinação da pessoa com o atleta que fazia dele alguém tão diferente.

Berger segue Senna em 1990Após três anos frustrantes, sendo sempre batido pelo companheiro de equipe, Berger resolveu voltar à Ferrari em 1993. Apesar disso, a amizade com Senna permaneceria inabalada até a morte do brasileiro, em 1994. Conhecido na Fórmula 1 por sua descontração, o austríaco também era vizinho do tricampeão em Mônaco. Segundo o austríaco, o brasileiro tirava a “máscara” de seriedade longe da imprensa e se revelava um brincalhão.

- Ele passava a imagem de um cara extremamente dedicado e sério. Dedicado era, mas, na intimidade, era muito descontraído e a fazia a gente rir bastante. A gente se divertia muito.

Voltando ao presente, as atitudes da Ferrari em termos de jogo de equipe não têm precedentes. A equipe usa esta tática há muitos anos, mas desde a época de Michael Schumacher no time as trocas de posições são descaradas. O constrangimento foi tanto que a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) teve de se meter e criar uma regra para proibir este tipo de coisa na categoria. Para quem não conhecia a história, o heptacampeão foi o piloto que mais se aproveitou deste tipo de atitude na Fórmula 1. E a equipe italiana parece querer ver este filme novamente, desta vez com Fernando Alonso de protagonista.

Para quem não conhecia, esta é a história da McLaren de Ayrton Senna e Gerhard Berger. E não se enganem: mesmo quando o brasileiro chegou na equipe, em 1988, para correr ao lado de Alain Prost, não existia jogo de equipe. O tricampeão era tão egoísta – característica comum à maioria dos donos de título na Fórmula 1 – que não aceitaria qualquer privilégio ao “Professor”. Em caso de qualquer suspeita, Senna reclamava, como aconteceu na segunda metade daquele ano. A F-1 vivia outros tempos: a esportividade não era suplantada pelos caprichos de um piloto. Exemplo que deveria ser usado novamente nos dias de hoje pela categoria.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

BALA PERDIDA MATOU MENOR EM ÁREA SEM POLICIAMENTO!

Excelente texto do Cesar Maia sobre o menino de 11 anos que morreu na escola atingido por uma bala perdida. Como politico ele da um bom escritor.

1. Que diferença entre a ocupação pelas UPPs na Zona Sul do Rio, sem trocar um tiro, e a ocupação do Morro da Pedreira em Barros Filho, na Zona Norte, na sexta-feira, com uma operação bélica, tipo tropa de assalto. Este Ex-Blog já havia feito uma nota sobre a região que a secretaria de segurança chama de AISP 9 (área integrada de segurança 9) (bairros de abrangência: Colégio, Irajá, Vicente de Carvalho, Vila Cosmos, Vila da Penha, Vista Alegre, Campinho, Cascadura, Praça Seca, Quintino, Cavalcanti, Engenheiro Leal, Madureira, Turiaçu, Vaz Lobo, Bento Ribeiro, Marechal Hermes, Oswaldo Cruz, Acari, Barros Filho, Costa Barros, Parque Columbia, Pavuna, Coelho Neto, Honório Gurgel e Rocha Miranda), mostrando o vazio policial.

2. Consultando o site do ISP (Instituto de Segurança da Secretaria Estadual de Segurança), vê-se que a AISP 9 tem 854 mil moradores e apenas um (1) Batalhão da Polícia Militar (lotação de 400 homens). Na AISP 9, em 2009, ocorreram 515 homicídios, mais que no último ano do governo anterior, quando ocorreram 480 homicídios.

3. Em toda a Zona Sul do Rio são 597 mil moradores, segundo o site do ISP. Em 2009 ocorreram 56 homicídios em toda a região, menos que em 2006, quando ocorreram 77 homicídios. Em 2009, praticamente 10% dos homicídios da AISP 9. Na Zona Sul foram implantadas algumas UPPs nas menores favelas.

4. Já são 4 UPPs, o que é muito bom para a região. Essas 4 UPPs alcançam 20 mil moradores. Cada UPP tem um efetivo de pelo menos 150 policiais militares, num total de 600 (um pouco mais, pois no morro do Pavãozinho são mais). Ou seja, 50% mais que em toda AISP 9. Sem falar em suas favelas que não tem um só policial, quanto mais uma UPP.

5. Exonerar comandante, falar da presença ostensiva de traficantes, etc., é repetir a mesma ladainha de tantos anos. O que a AISP 9 precisa mesmo é de pelo menos mais 2 batalhões da Polícia Militar, passando de 400 para 1.200 homens. Afinal, a Zona Sul para uma população com menos 257 mil moradores tem três (3) batalhões da Polícia Militar.

sábado, 17 de julho de 2010

Panda filha da @#$&*

Quem disse que todo Panda é bonitinho? Foda o video. Do Churrasco Grego.


quarta-feira, 14 de julho de 2010

Candidato honesto não teria motivo para esconder financiador de campanha

Achei bem válida a proposta do Milton Nogueira . Chega desse esconde esconde no Estado.

Políticos deveriam usar na lapela, no primeiro mês de mandato, a logomarca dos financiadores de sua campanha. Se button é lindo no peito de atletas, por que não o seria também nos paletós de vereadores, deputados, senadores, prefeitos, governadores e até mesmo do presidente?

Há décadas o Brasil discute financiamento de campanha eleitoral, sempre em busca de motivos ocultos, suspeitas, revelações tardias, num convoluto trabalho de detetive para saber quem financiou certo candidato. Entre os suspeitos usuais estão construtoras, igrejas, times de futebol, multinacionais, ruralistas, agentes estrangeiros e donos de TVs.

Se o político usasse a logomarca de todas as empresas ou entidades que financiaram sua campanha, saberíamos, desde o primeiro dia do mandato, quem ele representa, sem segredo, sem suspeita, às claras. Muitos políticos teriam satisfação em dizer ao mundo quem eles defendem; por exemplo, evangélicos e ruralistas não escondem sua predileção por projetos que favoreçam seus fiéis clientes ou currais (desculpas!). Eles pensam como os pilotos de Fórmula 1, que orgulhosamente mostram no ombro, peito, testa e braços as empresas que fizeram possível a corrida. Por que não fazer de forma idêntica com políticos?

Uns dirão que não seria ético. Por quê não seria? Aético seria, isto sim, não abrir ao público a ficha que já estaria no site do Tribunal Superior Eleitoral, embora oculto e que ninguém lê. Outros dirão que seria embaraçoso e degradante, mas não seria ainda pior descobrir-se mais tarde que tal político recebera dinheiro sujo de certa empresa?

Político honesto não tem por que omitir o financiador de sua campanha, pois a lei eleitoral permite às empresas e entidades apoiar legalmente os partidos e candidatos preferido. Logomarca deveria estar na lapela, uma forma transparente, aberta e visual para todo político.